São Sebastião
São Sebastião. Foto: viarural

O carbono sequestrado da atmosfera e armazenado em ecossistemas costeiros é chamado de carbono azul. O Brasil possui uma extensa área costeira e grande diversidade de ecossistemas onde ocorrem vários tipos de habitats, como praias arenosas e lodosas, estuários, lagoas costeiras, manguezais e marismas, costões, fundos rochosos, recifes de coral, entre outros habitats.

O carbono sequestrado geralmente é depositado abaixo dos solos ou como sedimentos abaixo da vegetação e este sequestro é muito rápido comparado aos ecossistemas que ficam na superfície terrestre, como as florestas tropicais: pode chegar a até cem vezes mais, continuando por centenas de anos. Tais depósitos onde o carbono é depositado podem fornecer uma ferramenta acessível para conter os impactos das mudanças climáticas.

Os ecossistemas costeiros marinhos apresentam grande potencial de atenuação do clima, bem como grande capacidade de armazenamento de carbono. Os depósitos totais de carbono por quilômetro quadrado podem ser até cinco vezes maiores que o carbono armazenado nas florestas tropicais nos manguezais, bancos de areia e marismas (terrenos alagadiços a beira mar). Estes sistemas fornecem benefícios como a limitação da erosão das encostas, podem servir de berçário para peixes realizarem as desovas e são ricos habitats para pesca e turismo.

Estudos científicos realizados na França em 2011 apontam que a melhoria no manejo dos ecossistemas costeiros não tende a tornar-se um bloqueio para o desenvolvimento dos países em que se encontram essas áreas, mas sim uma estratégia que prioriza a conservação de zonas específicas de alto potencial para estocar o carbono sequestrado da atmosfera. Esse fator pode ajudar significamente os países que precisam cumprir suas metas de redução de emissão de carbono.

É importante zelar pela conservação dos ecossistemas costeiros, pois a sua degradação pode resultar numa rápida emissão dos estoques de carbono, liberando mais carbono na atmosfera devido à oxidação da biomassa, além de destruir os habitats que são críticos para as atividades de pesca em todo o mundo e diminuir a proteção natural contra tempestades e tsunamis.

Bertioga
Bertioga. Foto: comunicacoesunificadas