A cuaurá pode ser confundida com o abacaxi devido as suas semelhanças, porém essa planta amazônica possui folhas bem eretas que dão origem a uma poderosa fibra. A resistência da fibra das folhas da cuaurá chega a ser maior que a fibra de vidro.
Bastante encontrada no Estado do Pará, a planta pertence à família das bromeliáceas e está sendo usada por pesquisadores da Unicamp (SP) em substituição da fibra de vidro no reforço de compósitos poliméricos.
A técnica inédita já foi patenteada, chega a ser dez vezes mais barata do que a utilização da fibra de vidro e está pronta para ser transferida para a indústria. A fibra de cuaurá também é biodegradável e causa menos desgaste aos equipamentos de processamento.
Durante dois anos foram realizados testes para promover a compatibilidade das fibras com um método de baixo custo e que não gera resíduos, conhecido como tratamento com plasma a frio. A produção da nova fibra exige menor quantidade de energia para ser processada, tornando-a uma alternativa econômica e ambientalmente viável.
A fibra já é utilizada em tecelagem e reforços plásticos, porém são moldados por termoformagem. Esse método não permite confecção de peças mais elaboradas, o que não acontece pelo método de injeção, nova técnica que reforça os compósitos poliméricos obtendo peças de maior complexidade.
Essa complexidade das fibras resulta em um material muito mais resistente podendo ser aplicado em peças nas indústrias automobilísticas e eletroeletrônicas. O carro pode sair da fábrica mais leve, o que resulta em economia no uso de combustível. Na área de construção, pode ser usado em vigas firmes utilizadas para aguentar terremotos.