A palavra Archaeopteryx significa “asa antiga” e foi escolhida para dar nome a uma espécie considerada pelos cientistas como um elo perdido entre as aves atuais e os répteis – ou mais especificamente, os dinossauros. O fóssil de um animal estranho foi encontrado próximo a cidade de Langenaltheim, Alemanha, no ano de 1861.
Embora fosse adornado de penas como as aves que conhecemos, tinha uma estrutura óssea diferenciada, com garras, um rabo bastante parecido com o dos lagartos e, por sua composição, era incapaz de voar. Classificado como parte do grupo dos tópodes (o mesmo de dinossauros como o Tyrannosaurus rex e o Velociraptor), este fóssil gerou uma dúvida e um espaço que até hoje incita os interessados no processo de evolução das espécies.
Meses antes de encontrado o Archaeopteryx, trabalhadores haviam encontrado um outro fóssil, desta vez apenas de uma pena. Nada demais se o fóssil não fosse datado como tendo mais de 145 milhões de anos. As duas descobertas juntas levantaram uma série de dúvidas, principalmente em relação à utilidade das penas em seres que ainda estavam bem longe de ganhar os ares.
Algumas teorias apontam que as penas serviam como uma espécie de proteção aquecedora, por permitir que armazenassem calor e pudessem, assim, sair para caçar já nos primeiros raios do sol, vencendo os seus contemporâneos de pele lisa e fria. Outra possibilidade, bastante aceita, é que as penas surgiram com a função principal de servirem de atrativos ao sexo oposto na hora da busca pela copulação.
Independente do quanto será possível definir os mecanismos e necessidades que levaram as penas a surgirem na natureza, o fato é que o fóssil de Archaeopteryx abriu um importante precedente para busca de compreensão de como as penas passaram a fazer parte do processo de voo, de como a habilidade de voar foi adquirida e de que maneira esta junção levou ao surgimento das aves como as conhecemos hoje.