Cientificamente ele é conhecido como Thunnus thynnus, mas no Brasil o gigante das águas profundas é conhecido como atum azul. Ele vive no Atlântico Ocidental, em Labrador, no Canadá e ao Nordeste do Brasil, porém é muito raro em nossas águas.
Considerado o maior atum do mundo, ele chega a medir cinco metros e seu peso pode atingir os 700 kg. Ele se alimenta de peixes, lulas, crustáceos pelágicos e zooplâncton. Geralmente caça em grupos, o cardume se reúne em forma de parábola e vai se aproximando rapidamente da presa até não ter espaço para ela fugir.
Embora sua espécie seja conhecida por caçar cardumes de peixes pequenos, seu metabolismo é adaptado para perseguições em altas velocidades. No entanto, como predador oportunista, na hora da fome ele comerá o que estiver ao seu alcance.
Essa espécie começou a ganhar fama entre os japoneses a partir dos anos 70. Devido à globalização do consumo de sushi e sashimi essa espécie está ameaçada de extinção em algumas regiões. Isso torna seu valor comercial ainda mais elevado. No início deste ano um atum azul de 222 quilos foi leiloado em Tóquio pelo preço recorde de R$3,58 milhões.
O atum azul é uma das poucas espécies de peixes que possui sangue quente. Quando mergulha a grandes profundidades onde a temperatura pode chegar a 5°C, ele consegue manter a temperatura do corpo a 27°C, muito próximo a dos mamíferos. Além disso, ele está entre os peixes mais rápidos, sendo capaz de atingir velocidades próximas a 80 km/h e de cruzar oceanos inteiros durante a migração.
O maior atum do mundo possui um focinho pontudo, duas barbatanas dorsais e a barriga arredondada, local onde fica a carne mais nobre, pois possui mais gordura que as demais. A carne dessa região é rosada, sendo mais avermelhada na parte dos músculos e com filamentos brancos de gordura. O atum azul possui uma carne muito macia e tenra, com sabor levemente adocicado e uma textura lisa, o que reforça ainda mais o alto valor pago pelo quilo dessa carne.
Por conta do excesso de pesca dessa espécie em todo o mundo a existência do atum azul está ameaça. A costa do Brasil é um dos últimos santuários onde a pesca do atum foi pouco explorada. Cerca de 95% da população global do atum azul já virou sushi. As demais espécies correm o risco de sobrepesca, quando a captura supera a capacidade de reposição.