Você gostaria de passar uma semana em uma oca no meio da Amazônia? Que tal conhecer como vivem os aborígenes australianos ou experimentar a comida das aldeias tradicionais africanas? Este tipo de atividade de lazer é o que se chama de etnoturismo.
No Brasil, o etnoturismo está diretamente ligado aos povos indígenas tradicionais, especialmente às tribos amazônicas, que possuem seus costumes mais preservados. Esta atividade é fonte de renda para diversas aldeias, mas pode impactar diretamente na vida dos povos visitados, por isso deve ser estratégica e cuidadosamente planejada.
Normalmente, as visitas são controladas, o tempo de permanência, as atividades realizadas durante a viagem e o número de pessoas que permanecem nas aldeias são restritos. O objetivo é que as influências externas na vida e cultura indígena sejam as menores possíveis.
Além de criar uma forma de subsistência, o turismo étnico promove a valorização da cultural, inclusão social e conservação ambiental nas áreas indígenas. A experiência de outros países demonstra que bem planejada a atividade enriquece ainda mais a diversidade local. Para receber turistas, as tribos indígenas do Peru e da Bolívia, por exemplo, ficaram ainda mais empenhadas em manter suas tradições vivas.
O Modelo do Acre
O governo do estado do Acre realiza um trabalho exemplar nessa área. Seus projetos levaram investimentos de mais de R$ 1 milhão para aldeias do Estado e são modelos para o país. A Fundação Nacional do Índio (Funai) pretende regulamentar o setor até 2015, baseado na experiência e nos projetos etnoturíticos acreanos.
Segundo a Funai a regulamentação do etnoturismo é importante para que cultura e costumes sejam preservados. A falta de fiscalização e controles adequados tornam os povos vulneráveis. Além disso, muitas aldeias já recebem turistas sem apoio ou qualquer tipo de planejamento.
Para que o passeio seja proveitoso para todos, o etnoturista deve entender, no entanto, que o respeito é a primeira regra para conhecer uma nova cultura: compreender as tradições, seguir a risca as informações passadas, cuidar do ambiente em que está hospedado e pedir permissão para usar equipamentos eletrônicos são atitudes imprescindíveis para uma boa viagem.