A radioatividade causa efeitos de longa duração no meio ambiente, além de problemas de saúde para os seres humanos. Para que se tenha uma ideia de quanto tempo pode durar a contaminação, a cidade ucraniana de Chernobyl é até hoje uma cidade fantasma, mesmo tendo passado mais de 25 anos desde o acidente nuclear que, em 1986, provocou a morte direta de 30 funcionários e contaminou toda a vida da região.
Este processo de contaminação do meio ambiente acontece em cadeia. A partir do momento em que o solo é contaminado, toda a vegetação que nele crescer também será contaminada. Os animais que se alimentarem desta vegetação também sofrerão as consequências da radioatividade, muitas vezes desenvolvendo doenças e anomalias diversas. Trata-se, portanto, de uma forma de contaminação perversa e invisível. O solo não fica infértil, mas tudo o que nasce dele carrega consigo a radioatividade. Se levarmos em conta que a contaminação pode durar décadas, é fácil imaginar o nível de impacto ambiental e as consequências para a vida nas regiões afetadas.
Além do solo, a água contaminada também propagará a radioatividade por onde passar, afetando desde peixes até a vegetação de rios e mares, favorecendo uma série de desequilíbrio nos organismos que compõem estes ecossistemas.
No Japão, o recente acidente ocorrido nas usinas da cidade de Fukushima, por causa do terremoto seguido de tsunami que atingiu a região, ainda causa a indignação de ambientalistas. Até hoje são lançados ao mar toneladas de materiais contaminados, causando um verdadeiro desastre ambiental.
Pelo fato dos átomos de césio serem pesados, o ar não sofre contaminação radioativa de forma intensa. Porém, as partículas de iodo, que são mais leves, podem se dissipar e permanecer na atmosfera por um longo período.
O fato é que o solo, a água e o ar, além de animais e plantas, são afetados cada um de uma maneira distinta. Na grande interdependência que configura o meio ambiente, cada ponto de desarmonia provoca impactos que podem se perpetuar por décadas.