A Baía da Guanabara é um dos mais importantes ecossistemas da cidade do Rio de Janeiro. Sua diversidade, porém, está em grande parte representada pela quantidade de diferentes tipos de resíduos encontrados em suas águas: uma diversidade de lixo. Em alguns minutos de navegação é possível encontrar objetos que vão de mouses de computador a escadas, passando por pneus e até móveis.
Quais fatores teriam levado este cenário natural a este estado de degradação? Segundo especialistas, um dos principais fatores a colaborar para a poluição do local é a superpopulação: estima-se que atualmente pelo menos 8 milhões de pessoas vivam nos bairros que cercam a Baía.
Ainda segundo membros de organizações que realizam projetos em prol da despoluição da Baía da Guanabara, o esgoto in natura é considerado o maior vilão neste processo de degradação ambiental. Com seus resíduos, ele age como uma espécie de tamponador da ação dos compostos químicos desconhecidos do ambiente natural, como componente de tintas, combustíveis e outros, levando a situações como a vista na região norte da Baía, a que apresenta pior estado, com áreas em verdadeira anoxia (falta de oxigênio).
Outra dificuldade é a falta de consciência ambiental de parte da população, que enxerga a Baía da Guanabara como uma espécie de grande lixeira e deposita nela todo e qualquer tipo de objeto. Todos estes fatores revelam um emaranhado de questões que vão desde interesses econômicos até ineficácia política e educacional.
Por sorte, o diversificado ecossistema da Baía da Guanabara consegue mostrar sua energia vital em áreas mais próximas do Atlântico, já mais distante de Niterói, onde ainda é possível observar aves, peixes e pescar camarões. Um ciclo que poderia contemplar toda a Baía se não fosse a degradante ação humana.