Conceitualmente, a degradação do solo ocorre quando sua capacidade produtiva é reduzida a zero por diversas atividades climáticas e humanas. Este tipo de problema já vem sendo observado pela Organização das Nações Unidas há mais de 80 anos, porém, somente nos últimos vinte anos é que os impactos da degradação do solo passaram a ser classificados com mais gravidade dentro dos problemas ambientais do mundo. A situação é ainda mais alarmante em países subdesenvolvidos com grandes áreas de agricultura e clima semiárido, ou seja, a degradação do solo afeta economicamente e socialmente vários países ao redor do mundo.
Os impactos da degradação do solo foram observados, em um primeiro momento, nos estados norte-americanos do Colorado, Kansas, Oklahoma e Novo México. Nestes locais, fazendeiros reportaram a perda progressiva de suas áreas férteis de plantação, devido ao clima mais seco e quente. Outro fenômeno ocorreu na década de 1970, no sul da África, na região de Sahel, onde, após um período de grande seca, o solo ficou fragilizado e impossibilitou a atividade no campo. Com isso, mais de 500 mil pessoas morreram de fome pouco tempo depois.
A degradação do solo, também chamada de “desertificação”, vem sendo discutida pelos líderes mundiais em congressos e reuniões, como na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. Neste evento, inclusive, o documento intitulado “Agenda 21” classificou os impactos da degradação do solo, também considerando o fim de recursos hídricos, da vegetação local e a queda progressiva ou brusca da qualidade de vida de quem vive em tais regiões afetadas. Atividades humanas e a variação climática são as principais responsáveis pelo cenário preocupante, segundo a ONU.
Causas e consequências da degradação do solo
Podemos apontar diversas causas da degradação do solo, como o uso indevido e demasiado da terra em determinadas regiões. Aqui no Brasil, por exemplo, este problema pode aparecer em monoculturas comerciais como de soja, cana-de-açúcar e trigo. Também pode ser provocada por atividades de desmatamento, queimadas naturais ou não, mineração, técnicas impróprias de agropecuária, exploração de ecossistemas, poluição, seca e pelo uso descontrolado de agrotóxicos. Outros fenômenos naturais, como o “El Niño”, podem sobrecarregar áreas semiáridas e provocar grandes períodos de seca, afetando diretamente o solo.
Já os impactos da degradação do solo e suas consequências são constatados pela redução gradativa de áreas de cultivo, diminuição na atividade agropecuária e aumento de poluição e areia nas áreas afetadas, redução da disponibilidade de recursos hídricos e destruição da flora e fauna. Todos estes fatores provocam grande migração social de pessoas para áreas urbanas (cidades), crescimento da pobreza em metrópoles e quedas no potencial agrícola e das receitas econômicas do país.