O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos de todo o mundo. Por suas dimensões continentais e climas variados, o país consegue produzir uma quantidade elevada de alimentos, com destaque para produtos como a soja, o milho, café, trigo, dentre outros.
Além das culturas, os métodos de produção também variam. Uma distinção básica pode ser delineada entre a chamada agricultura tradicional e a agricultura moderna. Na agricultura tradicional, são utilizados métodos simples de plantio, sem o uso de defensores agrícolas ou a escolha de sementes, por exemplo. Esta agricultura é realizada em pequena escala e serve, basicamente, para a subsistência de famílias, principalmente em regiões de recursos escassos.
Já a agricultura moderna é aquela que se dispõe a utilizar todo o manancial químico e tecnológico, além de conhecimentos específicos, para gerar produções em maior escala. Este tipo de agricultura pode utilizar uma série de técnicas. A grande produção agrícola brasileira pode ser caracterizada como moderna, embora existam variantes importantes nesse contexto.
Esta variação se dá principalmente no que se refere às dimensões das áreas plantadas. Nas chamadas plantations, temos grandes extensões de terra ocupadas por um único tipo de cultural. Esta atividade agrícola é uma herança do período colonial e pode ser verificada em diferentes regiões do Brasil. Com o intuito de produzir em larga escala e geralmente mirando a exportação de seus produtos, as plantations usam todas as alternativas que possam incrementar a produção, desde os defensores agrícolas até sementes selecionadas ou geneticamente modificadas, além de máquinas e métodos modernos de plantio, irrigação e colheita.
Outra grande força da agricultura brasileira se encontra na denominada agricultura familiar. Segundo a Constituição brasileira, materializada na Lei nº 11.326 de julho de 2006, considera-se agricultor familiar aquele que desenvolve atividades econômicas no meio rural e que atende alguns requisitos básicos, tais como: não possuir propriedade rural maior que 4 módulos fiscais (que pode variar de 5 a 100 hectares, de acordo com o município); utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas de propriedade; e possuir a maior parte da renda familiar proveniente das atividades agropecuárias desenvolvidas no estabelecimento rural.
A agricultura familiar é extremamente importante para a economia e segurança alimentar brasileira. Estima-se que, atualmente, 70% de todo os alimentos consumidos internamente no país venham deste tipo de agricultura. Os agricultores familiares também podem utilizar técnicas, máquinas e defensores agrícolas em seu processo produtivo.
Como alternativa a estas opções, vem crescendo no país o chamado cultivo verde, na maioria das vezes um desdobramento da agricultura familiar. Aqui encontramos os alimentos orgânicos, cultivados a partir de processos de controle biológico, sem a presença de defensores agrícolas. Diferentes métodos são utilizados para garantir a qualidade e a produtividade, visando, sempre, o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social dos produtores. O governo brasileiro conta com um Programa Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, para regular e incentivar este tipo modo de produção.
Com tantas formas diferentes de agricultura – e com safras que ano a ano mostram o seu vigor – o Brasil tende a continuar sendo considerado um dos mais importantes celeiros do mundo.