Importantes civilizações humanas surgiram e se desenvolveram pelas margens de grandes rios. O rio Amarelo (Huang Ho, em chinês), localizado no norte da China, faz parte deste seleto grupo. Considerado o berço da civilização chinesa, o Amarelo viu prosperar em suas margens férteis um povo que se desenvolveria e sobreviveria ao longo de milênios.
Medindo aproximados 5.500 quilômetros, o rio Amarelo é o segundo mais longo da China e o sexto mais extenso do mundo. Sua bacia hidrográfica conta com um total de 72 mil km². Além das terras, tão importantes para a manutenção dos primeiros habitantes da região, o rio Amarelo também deu vida a áreas de pastos e ofereceu importantes jazidas minerais aos desbravadores locais.
O nome deste rio mítico para os chineses não vem de uma simples licença poética. Sua composição geológica é rica em uma série de minérios, sobretudo o iodo, que efetivamente produz uma água de aspecto amarelado e extremamente lamacento
Uma das principais características do Amarelo é a forma como tem seu curso modificado ao longo do tempo, inundando planícies inteiras. Não por acaso, um dos apelidos dados ao rio é Caprichoso, já que suas águas parecem simplesmente mudar de vontade repentinamente. Por conta deste movimento, um dos mais importantes desafios ao longo de mais de 5 mil anos de ocupação humana às margens do Amarelo foi, justamente, a construção de barragens capazes de conter as tempestuosas atividades do rio.
Atualmente a preocupação em relação ao rio Amarelo é distinta, mas não deixa de ser negativa. Estima-se que pelo menos 4 mil indústrias, sobretudo petroquímicas, lancem seus dejetos no rio, tornando-o um dos mais poluídos da China. Enchentes e secas severas também têm marcado pontos específicos do Amarelo. Apesar de tantos flagelos este continua sendo, para os chineses, o mais querido e emblemático dos rios.