No Brasil existem centenas de RPPN´s (Reserva Particular do Patrimônio Natural) que ao todo somam aproximadamente 480 mil hectares segundo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade. Essas áreas são reservas ambientais constituídas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que estão sob domínio privado de ruralistas preocupados em transformá-las em áreas de preservação permanente. No Morro da Tigela, na cidade de Paulo Lopes (SC), dois ambientalistas apaixonados pela natureza gerenciam uma reserva para alertar o maior número de pessoas sobre a importância de preservar todas essas áreas.
A reserva do Passarim, fundada em 2001 é uma floresta de 400 hectares na Mata Atlântica de Santa Catarina, dos quais 293 hectares são organizados nos moldes das RPPN. Neste local, o casal Christoper e Luciane Simonds aplica as políticas nacionais de preservação ambiental para proteger as nascentes – capazes de abastecer o Rio Penha e fornecer água para as famílias do entorno –, além de cuidar das florestas, responsáveis pela qualidade do ar. O objetivo dos ambientalistas é incentivar outros proprietários de terras da região a criar RPPNs e preservar o ecossistema do entorno, como no caso do Parque Estadual Serra do Tabuleiro, hoje com pouco mais de 84 mil hectares.
A questão da educação ambiental também está presente. O espaço é projetado para receber alunos de escolas municipais e estaduais, conscientizá-los e entretê-los em atividades ecológicas como trilhas e demais recreações as quais abordem como é importante que este ecossistema seja mantido.
A reserva fica próxima a pontos turísticos estratégicos como as a Praia de Ibirapuera e Praia da Guarda do Embau. A estrutura da propriedade possui duas casas separadas por 250 metros de floresta e ainda um centro de visitantes que consegue abrigar até 16 pessoas para realizar as programações culturais. Pelo espaço é possível encontrar diversas espécies de plantas e árvores frutíferas como palmeiras, bananeiras, goiabeiras, limoeiros e laranjeiras. Dentre os animais estão o Sabiá-cica, beija-flor-preto-de-rabo-branco, capivara, tamanduá mirim, jaguatirica, gato-do-mato-pequeno e gambás.
Os objetivos desses ambientalistas são semelhantes aos dos demais ruralistas espalhados pelo país que atuam em projetos socioambientais. Entretanto, Luciane e Christopher sentem que já fizeram sua parte para a natureza e por isso decidiram colocá-la a venda. “Há dois anos a decisão foi tomada por motivos da nossa idade avançada e os projetos que propusemos já foram realizados”, relata Luciane.
Quem estiver interessado em ser um guardião dessa reserva precisa ter disposição e muita afinidade pela natureza. Além disso, por não depender de leis estaduais e municipais para serem gerenciadas, a manutenção de RPPN fica a critério de cada ruralista. Portanto, cuidar de um patrimônio ambiental particular é mais uma maneira de contribuir para a preservação da vegetação e dos recursos naturais.
Conheça melhor as belezas da reserva ambiental catarinense. Veja as fotos:
Foto: Divulgação.