Quando se fala no uso de agrotóxicos na produção de alimentos, uma série de prós e contras são imediatamente citados entre as pessoas, causando grande divergência entre os diferentes pontos de vista sobre sua utilização. Isto aconteceu muito em função das vantagens e desvantagens destes produtos nos próprios alimentos, resultado de algumas experiências que deram certo e outras nem tanto.
Entre os diversos argumentos usados na discussão, deve-se levar em consideração uma teoria desenvolvida por Francis Chaboussou, que observou o equilíbrio nutricional das plantas para entender sobre sua resistência ao ataque de pragas e doenças. A Trofobiose, nome dado ao estudo, é também um exercício aplicável aos seres humanos, que se tornam mais suscetíveis a vírus quando estão desequilibrados.
A teoria da Trofobiose baseia-se na ideia de que este equilíbrio nutricional pode ser comprometido na medida que o uso de agrotóxicos e adubos minerais – responsáveis por inibir a síntese de proteínas – causa o acúmulo de nitrogênio e aminoácidos livres no suco celular e na seiva da planta, o que será usado como alimentação por insetos e outros patógenos para reprodução.
De acordo com Chaboussou, “todo processo vital está na dependência da satisfação das necessidades dos organismos vivos, sejam eles vegetais ou animais. Ou seja, a planta, ou mais precisamente o órgão vegetal, será atacado somente quando seu estado bioquímico, determinado pela natureza e pelo teor de substâncias nutritivas solúveis, corresponder às exigências tróficas (de alimentação) da praga ou do patógeno em questão”.
Logo, a Trofobiose é um processo que conclui que plantas com níveis equilibrados de nutrientes não só se protegem naturalmente contra parasitas, mas que também atribui o ataque destas pragas ao uso de fertilizantes e agrotóxicos.
Outro ponto interessante de analisar é a evolução das pragas à medida que novos produtos químicos são lançados sobre áreas de cultivo, que a princípio auxiliam no desenvolvimento e proteção da planta, mas que na verdade acabam criando uma espécie de ciclo de dependência – além de fortalecer a resistência do organismo destas espécies.
Por isso, o pesquisador conclui que uma planta adaptada a um ambiente equilibrado, bem cultivada em um solo vitaminado e nutrido, é capaz de desenvolver seu metabolismo interno e outros processos importantes para a natureza (fotossíntese, proteossíntese, proteólise), sem a necessidade de contar com o auxílio de substâncias químicas.