Com aproximadamente 2 milhões de hectares, o Parque Nacional do Juruena, localizado entre Mato Grosso e Amazonas, pode ter sua área reduzida para a construção das usinas hidrelétricas de São Simão Alto e Salto Augusto Baixo. A iniciativa é do Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE) que pretende declarar a área como “utilidade pública”.
Para manter o parque, que representa 2,5% da área de unidades de conservação federais na Amazônia Legal e 5,3% das áreas protegidas como parques nacionais na região, o WWF – Brasil lançou a campanha SOS Juruena. O projeto também visa a conservação da Bacia do Tapajós.
De acordo com especialistas, se construídos, os reservatórios das duas usinas inundarão mais de 40 mil hectares no Parque Nacional do Juruena, no Parque Estadual Igarapés do Juruena e nas terras indígenas Escondido e Apiaká do Pontal, no Mato Grosso.
Já no Amazonas, algumas áreas do Parque Estadual do Sucunduri podem ser atingidas, além de terras indígenas.
O alagamento aconteceria porque o ecossistema aquático de toda a região depende dos ciclos anuais de inundação e seca, que influenciam a formação de ambientes adequados para a sobrevivência animal. Toda a região é de extrema importância biológica para aves, mamíferos, répteis, anfíbios e espécies da flora ameaçadas de extinção.
Com a construção, a vazão dos rios deve ser alterada devido à barragem, o que causará desaparecimento de alguns ambientes, que ficarão permanentemente alagados ou não terão água suficiente para serem formados.
Plano para construção de mais sete hidrelétricas
O Brasil tem um compromisso internacional de proteção à biodiversidade e, por isso, é inaceitável que áreas protegidas sejam ameaçadas. Apesar disso, o governo tem um plano de instalar mais sete usinas hidrelétricas na Bacia do Tapajós.
O movimento tem atraído diversos ativistas, organizações e, também, grupos indígenas, que são ameaçados diretamente com a presença das construções por viverem isolados na região.