Registro feito pelo Greenpeace pode paralisar exploração de petróleo na área e lutar pela preservação do bioma
Na costa do Brasil, entre Atlântico e Caribe, cientistas e ativistas fizeram uma nova descoberta: um ecossistema conhecido como Corais na Amazônia é maior do que o registrado inicialmente, chegando à costa da Guiana Francesa. O recife conta com 95 a 120 metros de profundidade nas duas áreas, com menos de 150 quilômetros de Caiana.
“Registramos imagens de alguns corais e espécies de peixes. Futuras análises nos dirão mais sobre a presença da pluma do rio Amazonas, sedimentos e micro-organismos da região”, diz Gizele Duarte Garcia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro que participa da expedição, no navio Esperanza, responsável pelo registro.
Ainda existem pesquisas para determinar se faz parte dos Corais na Amazônia
A crença dos estudiosos é de que realmente esta nova estrutura recifal faça parte dos Corais da Amazônia e os próximos passos compreendem estudar amostras coletadas para atestar com 100% de certeza.
Todo este ecossistema está em perigo, porém. A empresa Total, da França, tem planos para explorar petróleo na região da foz do rio Amazonas, o que pode causar derramamento de óleo por conta das fortes correntes que assolam o mar na região. Isto pode atingir e danificar, não só os recifes do lado brasileiro, mas como a porção existente na Guiana Francesa. Além de todo o impacto ambiental, ainda pode causar uma crise internacional entre Brasil e França, de acordo com a bióloga do Greenpeace, Helena Spiritus.
Exploração de petróleo
A empresa Total está em sua quarta versão do Estatuto de Impacto Ambiental para conseguir o aval do IBAMA para começar os trabalhos de exploração de petróleo, mas ainda recebe críticas e pedidos de retificação do órgão.
Após a descoberta da expedição, que navegou por 6 semanas registrando os dados, o Ministério Público do Estado do Amapá recomenda ao IBAMA que negue a licença à empresa.
Veja aqui o estudo completo em inglês.