Nessas últimas semanas, um novo vírus chamou a atenção dos cientistas e tem preocupado as autoridades. De acordo com uma equipe de pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, Mayaro, uma doença caracterizada pela febre hemorrágica, teve um caso inédito confirmado no Haiti.
Os motivos que levou os governos caribenhos a entrarem em estado de alerta com a ameaça foram as similaridades encontradas no vírus com a Chikunguya, que registrou um grande índice no começo deste ano (inclusive, no Brasil). Segundo John Lednicky, que liderou os estudos da instituição norte-americana, “os sintomas são muito similares aos da chikungunya. Por isso, quando o paciente vai ao médico, pensam se tratar dessa doença e não sabem que é Mayaro”.
Apesar de o Mayaro já ter sido identificado algumas décadas atrás, no ano de 1954, em Trinidad e Tobago, o problema jamais havia ultrapassado os limites da floresta selvagem, onde registrou surtos isolados em algumas regiões do território sul-americano. Porém, após a confirmação do caso no Haiti, especialistas alertam para a possibilidade de o vírus estar se espalhando por todo o Caribe.
A dificuldade encontrada na identificação do Mayaro é a inexistência de uma grande base de dados sobre o vírus, o que complica a avaliação dos cientistas sobre a gravidade do surto neste momento. “No Brasil, há dois tipos genéticos diferentes, e não sabemos qual é o mais virulento. Faltam mais estudos e monitoramento das áreas afetadas.”, explica Lednicky.
Outra semelhança com o vírus Chikunguya é a maneira como pode ser transmitido (através dos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti), provocando sintomas parecidos no indivíduo. Por isso, o alerta é para prevenir que o vírus se desenvolva e acabe migrando para o ambiente urbano.