Um relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) revelou que desde 1970 aconteceram 8.835 desastres climáticos, com 1,94 milhão de mortes e US$ 2,4 trilhão em prejuízos.
O documento, intitulado Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas do Tempo, Clima e Extremos Hídricos 1970-2012, ainda aponta o aumento considerável desses eventos nos últimos anos. Entre 1971 e 1980 foram 753, entre 1981 e 1990, 1.534, entre 1991 e 2000, 2.386, e entre 2001-2010, 3.496.
Os desastres com maior número de mortes foram a seca na Etiópia em 1983 e o ciclone Bhola em Bangladesh, no ano de 1970, com 300 mil mortes cada um. O furacão Katrina, que aconteceu nos Estados Unidos em 2005, foi o que trouxe mais prejuízos, chegando a um total de US$ 146 bilhões. No país, a tempestade Sandy, em 2012, gerou um prejuízo de US$ 50 bilhões.
Ainda de acordo com os dados, só na América do Sul ocorreram 696 eventos extremos entre 1970 e 2012, resultando nas mortes de 54 mil pessoas e em US$ 71,8 bilhões em perdas. Na região, o pior desastre foi a enchente em 1999 na Venezuela, que tirou 30 mil vidas. No Brasil, o destaque foi para a enchente e para os deslizamentos de terra em 2011, no Rio de Janeiro, com 900 mortes.
OMM alerta para a necessidade da melhoria de gestão
Os números assustadores podem ser ainda maiores. De acordo com a OMM, pelo menos 50% das informações sobre um determinado evento se perdem antes de serem coletadas.
O documento alerta para a necessidade de controle desses eventos, a fim de garantir maior efetividade dos cálculos. De acordo com especialistas, as análises ajudam na tomada de decisões que reduzem as perdas de vidas.
Além disso, o pouco investimento em ações e sistemas de prevenção de desastres deve ser revisto. A gestão de riscos e a transferência de tecnologias para os países mais pobres também são parte fundamental para a diminuição das taxas.