Com pouca precipitação pluviométrica, os desertos recebem menos de 250 mm de chuva por ano. Essa condição torna a área bastante árida, não permitindo que muitas espécies se desenvolvam – tanto animais quanto plantas. Neste sentido, a fauna é predominantemente formada por roedores, répteis e insetos.
A formação de desertos acontece, principalmente, a partir do processo de desertificação do solo, que consiste na perda de vegetação através da ação do homem, por meio de técnicas de cultivo inadequadas e desmatamento descontrolado. No entanto, há também casos em que há ação direta da própria natureza, uma transformação causada pela ação do tempo e das condições climáticas.
A maioria dos grandes desertos fica em regiões subtropicais. Isso porque, as áreas subtropicais apresentam pressão atmosférica consistentemente elevada, devido a correntes de ar descendentes, e são varridas por ventos quentes e secos. Essas condições impedem que ventos úmidos penetrem as regiões e evitam a formação de nuvens. A ausência de cobertura é, em grande parte, responsável pelas altas temperaturas. Sem essa proteção das nuvens, a terra recebe de maneira mais intensa o efeito aquecedor dos raios solares.
Essas diferenças na formação faz com que existam muitos tipos de deserto, de polares aos fósseis. Entre as curiosidades que permeiam essas regiões, está o fato de que, tecnicamente, o maior deserto do mundo não é o Deserto do Saara, mas sim, a Antártica. Conheça alguns tipos de desertos e descubra como eles se formam:
Desertos em regiões de ventos contra-alísios: esse tipo de deserto é formado pelo aquecimento do ar junto à região Equatorial, quando os ventos secos dispersam as nuvens, permitindo que os raios solares aqueçam mais o solo. A maioria dos grandes desertos do planeta se encontra em regiões cruzadas por ventos contra-alísios, sendo o principal deles o Deserto do Saara, no Norte da África.
Desertos de latitudes médias: encontrado em regiões que ficam entre os trópicos de Câncer no hemisfério norte e de Capricórnio no sul, e entre os polos Ártico e Antártico, esse tipo de deserto se forma em bacias de escoamento de água distantes dos oceanos e tem grandes variações de temperaturas anuais. O Deserto de Mojave, na Califórnia, nos Estados Unidos, é um exemplo de deserto de latitude média, que obtém a sua umidade a partir de sistemas meteorológicos diferentes.
Desertos costeiros: encontrado, normalmente, em uma região de sombra de chuva dupla – que ocorre quando o ar frio ocupa menos umidade que o ar quente -, esse tipo de deserto é caracterizado pela extrema seca. Devido aos sistemas de vento locais dominarem os ventos alísios, estes desertos são menos estáveis que os de outros tipos. Sendo assim, no inverno, os nevoeiros produzidos por correntes frias ascendentes cobrem os desertos costeiros com um manto branco que bloqueia a radiação solar.
No Chile é possível encontrar um dos desertos mais secos do mundo, o Atacama. O título se dá porque no leste do deserto, os Andes bloqueiam a umidade da corrente de ar oriunda da Amazônica.
Desertos polares: quase sempre cobertos por rocha ou cascalho, esse deserto está localizado principalmente no hemisfério sul, na Antártida e no hemisfério norte, na Groelândia. As regiões não sofrem pela falta de água, mas pela pouca quantidade dela no estado líquido.
Situação da Amazônia
Alguns especialistas acreditam que há uma possibilidade, pequena, de a Amazônia se tornar um deserto. Na verdade, a expectativa é de que a área se torne uma savana, com uma vegetação rala, parecida com a do cerrado brasileiro.
A preocupação acontece porque o solo amazônico foi e ainda é usado em exagero para a agricultura. No entanto, ainda há tempo, segundo pesquisadores, para tomar medidas. Isso porque, os estudos apontam que a situação chegaria a esse ponto após uma sucessão de eventos trágicos e milhares de anos.