Na visão holística, o homem é entendido como ser indivisível, que não pode ser compreendido apenas pelas suas partes. Nesta abordagem, o todo é mais do que a simples soma das partes, ele determina o comportamento delas, que interagem umas com as outras de acordo com as leis físicas e biológicas. É nesta coletividade e inter-relação que são construídos conhecimentos, valores, competências e atitudes.
No mundo globalizado, esta percepção é fundamental para o surgimento de uma consciência coletiva, que entenda a importância de orientar atitudes através da ética, responsabilidade e sustentabilidade. Por este motivo, a visão holística tem sido aplicada à educação ambiental, que tem como principal função conscientizar os indivíduos sobre a preservação e utilização sustentável da natureza.
Com essa abordagem é possível mostrar de forma prática o papel do homem inserido na comunidade, e como suas ações interferem e modificam a sociedade. Nesta concepção profundamente ecológica, o indivíduo e a natureza não estão separados. Ao contrário, formam um conjunto impossível de ser desmembrado.
A visão holística começou a ganhar popularidade nos anos 80. A partir deste momento, começa a surgir a ideia de que a sobrevivência da espécie humana requer uma mudança de postura, da inércia para a ação sistêmica, na qual o ser humano busca estabelecer uma nova relação com o meio ambiente.
Essa mobilização se fez presente em todas as esferas. Nações passaram a se unir na busca de soluções para problemas ambientais, políticas públicas voltadas à preservação ganharam atenção especial, órgãos de fiscalização foram criados, assim como as posturas e atitudes pessoais tornaram-se alvo de campanhas sobre conscientização.
A importância deste processo em meio às crises que opõem desenvolvimento e meio ambiente deve-se ao fato de que, sob esta ótica, os problemas são avaliados em todas as suas dimensões – sejam elas geográficas, biológicas, políticas, econômicas ou sociais. Portanto, há uma preocupação em buscar soluções “harmoniosas”, avaliando-se os aspectos negativos e positivos de cada solução para encontrar um ponto de equilíbrio, que traga benefícios para a coletividade.