Uma floresta que apresente um bom estado de conservação não possui, necessariamente, sua riqueza biológica. O ser humano pode destruí-la tanto interna quando externamente, ou seja, pode acabar bom a biodiversidade através da caça, e manter a área verde, ou realizar a extração ilegal da madeira, diminuindo as chances de recuperação das matas.
Essas porções de floresta, apesar de possuírem grandes áreas verdes, já não abrigam mais animais, sobretudo os polinizadores, o que compromete os serviços ambientais da região e a sobrevivência da mata, sendo chamadas de florestas vazias. Quanto mais fragmentada ela for, menor será sua biodiversidade.
A síndrome da floresta vazia afeta principalmente florestas tropicais, como a Amazônica e a Mata Atlântica. A caça é grande responsável por esse fenômeno, mas o corte ilegal de plantas e o desmatamento para dar origem à agropecuária também são pontos chaves para o desaparecimento das espécies.
Kent Redford foi um dos precursores em estudar esse evento e em 1992 publicou um estudo na revista científica BioScience, com o título “The Empty Forest” (A Floresta Vazia). Em seu artigo, Kent chama a atenção para o fato de que uma área verde em bom estado não garante a presença da fauna.
Ou seja, uma vasta área verde pode ser erroneamente considerada uma floresta em equilíbrio biológico. Sem a presença da fauna, o restabelecimento demográfico da maioria das espécies vegetais se torna quase impossível, pois sem ela a dispersão de sementes não acontece. Portanto, a ausência dos animais também prejudica a existência das florestas. Dessa forma, todas as espécies devem ser preservadas, pois são componentes ecológicos que integram os ecossistemas florestais. Uma floresta vazia é uma floresta condenada.