Com uma grande biodiversidade, o ecótono é a transição entre duas ou mais comunidades que diferem entre si. Dessa forma, reúne espécies pertencentes a dois biomas distintos e, consequentemente, nichos ecológicos.
Um ecótono pode se formar a partir de várias combinações de ecossistemas como, por exemplo, em fazendas, durante o encontro das áreas desmatadas com as naturais (campos com florestas ou mata) e em manguezais (água do mar e de rios), entre outros. A área também pode ser encontrada em ambientes aquáticos, onde há o cruzamento de correntes marinhas quentes e frias ou onde há transição entre água e terra.
A fauna presente no ecótono varia. Mas, é comum encontrar espécies jamais vistas antes. Isso porque, por ser uma região feita a partir de características dos ecossistemas que a compõem, os organismos que habitam a área sofrem uma grande seleção genética, podendo se modificar sob efeito das novas condições e, com o passar do tempo, formar novas espécies, ainda não catalogadas.
No entanto, algumas vezes é possível encontrar a mesma espécie com diferenças morfológicas. A título de exemplo, temos a ave Andropadus virens Cassin, presente em Camarões, no continente africano. A espécie pode ser avistada nas savanas africanas, nas florestas tropicais e na área de ecótono presente na região.
Um estudo realizado comprovou que a população que vive nas florestas tem maior envergadura de asa. Isso porque uma precisa de uma maior eficiência aerodinâmica do que a outra.
Ecótonos no Brasil
Um estudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) determinou os três principais ecótonos no Brasil: o Cerrado-Amazônia, que representa 4,85 % do território brasileiro; o Caatinga-Amazônia, que corresponde a 1,7%; e o Cerrado-Caatinga, com 1,3%.
A região entre os biomas do Cerrado e da Amazônia, a mais conhecida no Brasil, é o habitat de diversas espécies endêmicas, como o macaco Sagui. Estima-se que no local existam 28 Unidades de Conservação (UC). A mais conhecida está situada no Parque Estadual do Guariba.
Para a preservação, a área conta com alguns projetos, além das UCs. O Projeto Kayapó, que tem como objetivo a vigilância territorial e a criação de novas Unidades de Conservação é um exemplo. O programa é mantido pela CI-Brasil, FUNAI, Associação Floresta Protegida e o Instituo Raoni.