O Brasil pode reverter alguns impactos ambientais negativos na natureza através de mudanças no desenvolvimento pecuário da Amazônia e reduzir em média 26 %, o que representa um quarto das emissões de gases de efeito estufa ligadas ao desmatamento pelo mundo. Esta foi a constatação do estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences.
O relatório foi fundamentado em um modelo econômico que avalia duas possíveis inclusões na estrutura pecuária nacional: A primeira alternativa seria criar uma taxa sobre o gado criado convencionalmente em pasto de baixa intensidade além de um subsídio aos produtores para o gado criado em pasto semi-intensivo.
O estudo liderado Avery Cohn e Aline Mosnier, da Universidade da Califórina, em Berkeley (EUA) confirmou que qualquer uma dessas práticas reduziria significativamente a área de floresta desmatada para criação de bois e vacas, fator responsável pela maior causa de desmatamento na Amazônia. O estudo apontou ainda que as políticas podem cortar o desmatamento na região em até 50% entre 2010 e 2030, traduzindo-se numa redução global de 26% nas emissões do desmatamento.
De acordo com as organizadoras da pesquisa, se o Brasil adotar essas medidas conjuntas de forma que uma prática compense a outra, o governo brasileiro pode conseguir conter as emissões de GEE (gases de efeito estufa) e o desmatamento sem precisar sacrificar a produção agrícola.
No modelo de gestão agrícola e pecuária proposto pelas coordenadoras, existe produtividade a partir da melhoria na criação, alimentação e gestão dos gados. As melhores práticas de gestão de pasto acionam os pagamentos de subsídios ou permitem que os produtores evitem as taxas convencionais. Muitas vezes, o melhor uso dos sistemas de boa gestão de pasto é combiná-los com o melhor cuidado do animal.
Dessa forma, para contribuir com a redução do desmatamento das áreas florestais da Amazônia o setor agropecuário deve realizar investimentos. No entanto, a medida aparenta ser mais benéfica a economia dos empreendedores do setor do que necessariamente voltada à conservação da natureza.