flickr.com / Ana_Cotta A maior parte do desmatamento ocorre em áreas privadas.

A Amazônia registou 42 quilômetros quadrados de desmatamento em fevereiro deste ano, um aumento de 282% em relação ao mesmo mês de 2014, quando foram devastados 11 km2.

Além disso, o desmatamento acumulado nos sete primeiros meses do calendário oficial de medição, que compreende os meses de agosto de 2014 a fevereiro de 2015, chegou a 1.702 km2. O aumento foi de 215% em relação ao período anterior (agosto de 2013 a fevereiro de 2014), quando foram desmatados 540 km2.

Os dados alarmantes são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), mantido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O sistema monitora, não oficialmente, toda a Amazônia Legal – área que se estende por mais de 5 milhões de km2 em 9 Estados – e divulga seus registros mensalmente.

Ainda de acordo com o boletim de fevereiro, o desmatamento estava concentrado, principalmente, em Mato Grosso (37%), Roraima (28%), Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). Os municípios mais desmatados foram Porto dos Gaúchos (MT) e Vitória do Xingu (PA).

Outro fator que chama a atenção é o fato de que a maior parte da destruição aconteceu em áreas privadas (79%), seguida de assentamentos de reforma agrária (18%), unidades de conservação (2%) e terras indígenas (1%).

Além dos dados sobre desmatamento total, o boletim monitora as florestas degradadas, aquelas que não foram inteiramente suprimidas, mas são intensamente exploradas pela atividade madeireira ou por queimadas. Em fevereiro, elas somaram 49 quilômetros quadrados, o que representa uma redução de 2% em relação a fevereiro de 2014, quando foram registrados 50 km2 de florestas degradadas.

Resultado é parcial

Apesar de alarmantes, os dados obtidos pelo SAD em fevereiro têm limitações, já que mais da metade da área florestal da Amazônia Legal (59%) estava coberta por nuvens e, portanto, fora do alcance dos satélites. Dessa forma, o sistema afirma que os dados de desmatamento e degradação florestal para fevereiro podem estar subestimados.

O SAD utiliza imagens dos mesmos sensor e satélite empregados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal as informações sobre as áreas de desmatamento na Amazônia. O que difere um do outro são as metodologias utilizadas, o que pode explicar eventuais diferenças entre os resultados.

Veja o boletim completo aqui.