O desmatamento é dos graves problemas ambientais que assolam o Brasil há anos. Ele tem o poder de devastar florestas e os recursos naturais, comprometendo drasticamente o ecossistema, biodiversidade, economia e a sociedade.
Infelizmente no mês passado o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), apontou, após um estudo, que o desmatamento da Amazônia teve um crescimento de 29% em relação a 2015. De agosto do ano passado a junho deste ano foi registrado uma taxa de área devastada de 7.989 km² equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo, sendo que esse número não era notado desde 2010. Seguindo essa estimativa, esse foi o segundo ano consecutivo no aumento do desmatamento.
O estudo ainda apontou que o Estado do Pará teve uma área devastada de 3.025 km², representando a maior taxa de desmatamento na Amazônia Legal. Porém, o Amazonas foi o estado com maior crescimento, com um prejuízo 54% maior do que os registrados entre 2014 e 2015. Acre e Mato Grosso foram os únicos estados que tiveram uma queda significativa nos dados apresentados.
O mapeamento feito nessas áreas mostrou que, desde a implementado do Plano para Prevenção do Desmatamento na Amazônia em 2004, houve uma redução de 71% na taxa de corte raso.
Dados preocupam ativistas
Esse crescimento fez com que especialistas e integrantes de organizações não-governamentais ficassem bastante preocupados. Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, mostrou que esse aumento em 2016 pode refletir no crescimento das emissões do país, chegando a 130 milhões de toneladas de gás carbônico lançados na atmosfera.
Ele ainda ressaltou em matéria publicada na Agência Brasil: “Isso equivale a tudo que emitiu em 2015 o Estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil, ou a duas vezes a emissão total de Portugal. A área desmatada é o dobro da meta que o Brasil fixou para 2020, de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80%, para 3.925 quilômetros quadrados. Estamos nos afastando cada vez mais do compromisso”.
Para o Greenpeace isso é apenas um reflexo da política brasileira. O coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, ainda afirmou que estamos colhendo o que foi plantado pela política dos últimos anos e que o quadro só poderá ser revertido se as políticas erradas forem desfeitas.
O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) também se manifestou e cobrou soluções efetivas para o combate ao desmatamento.
Ações do governo
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou em nota que desde junho ocorreu um crescimento bastante importante no orçamento da pasta para as unidades envolvidas no combate ao desmatamento. O ministro ainda destacou: “O MMA [Ministério do Meio Ambiente] conseguiu disponibilizar a integralidade de limite para empenho, ou seja, o ministério tem hoje zero por cento de contingenciamento.”
Ele também declarou que a nova fase do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal deverá estender a sua comunicação com outros estados e os setores produtivos e elaborar uma nova lista de prioridades nos municípios da Amazônia e do Cerrado para a criação de novas ações para a prevenção e controle do desmatamento.