Estudo internacional alerta sobre o desmatamento da Amazônia e suas consequências à longo prazo

A revista Science Advances publicou um alerta sobre as transformações irreversíveis que a Amazônica estaria passando. Segundo a reportagem, o desmatamento na Amazônia – fruto de exploração e queimadas -, está tão no limite que pode alterar de vez sua vegetação e transformar a floresta em cerrados.

Desde a vinda dos portugueses ao Brasil a região Amazônica é explorada, mas foi a partir do século XX que os desmatamentos atingiram números assustadores, que influenciavam no clima da América do Sul e na biodiversidade da área. A região Amazônica é uma área superlativa, que a torna maior do mundo em floresta, biodiversidade, rios e bacias, sendo considerada fundamental para o equilíbrio do clima.

A exploração da Amazônia desde a descoberta dos portugueses

A Floresta Amazônica sempre foi a maior do mundo e hoje, pela quantidade de desmatamento presente em suas regiões, vem perdendo em dimensão para a taiga siberiana, uma floresta conífera. Considerada pela ciência como parte fundamental do equilíbrio climático do mundo, especialmente da América do Sul.

A área compreende o Rio Amazonas que é o mais caudaloso e longo do mundo, assim como tem a maior bacia hidrográfica que ultrapassa 7 milhões de quilômetros quadrados. Os números superlativos da Amazônia englobam também sua biodiversidade, considerada a maior do mundo e cuja margem é de uma para cada dez espécies serem provenientes da região.

Amazônia
Flickr / Matt Zimmerman

Por tanta grandiosidade a Floresta Amazônica recebe atenção de todo o mundo pela imensidade de suas riquezas. O Tratado de Tordesilhas assinado antes do Descobrimento do Brasil deixava a região onde se localiza a Amazônia para o domínio espanhol. As primeiras expedições foram iniciadas em 1540, mas só em 1637 Portugal levou mais de duas mil pessoas para a colheita de cacau e castanha.

Exploração histórica

O desenvolvimento exploratório foi gradual e em 1750 Portugal conseguiu definitivamente ser dono da parte Norte da Amazônia, delimitando essa região do Brasil. Mas a Amazônia começou a ganhar destaque no mundo em um curto período do século XIX para XX, quando se descobriu e passou a ser maciçamente explorado seu “ouro negro’, a borracha extraída pelas seringueiras.

Explorada pela Inglaterra por um período de trinta anos, Manaus ganhou infraestrutura e grandes obras até entrar em decadência com a descoberta de outras fontes mais baratas. Só durante o Governo Getúlio Vargas foi reiniciada a exploração da Amazônia, com a criação de incentivos e projetos que incentivaram a agricultura, agropecuária e extrativismo de árvores e minerais.

Os outros governos também acompanharam e incentivaram essa exploração, através da criação de estradas que pudessem facilitar a escoação dos produtos extraídos. E foi nesse período que o bioma da região começou a ser destruído gradualmente. O período de ditadura militar incentivou e autorizou a derrubada de mais de 14 milhões de hectares e que hoje já está próximo dos 70 milhões.

Amazônia e o seu limite irreversível

O desmatamento é um problema gravíssimo na Amazônia brasileira, com uma estimativa de perda de 5 mil quilômetros quadrados de floresta anualmente. E a região vem conseguindo recordes negativos, devido ao grande número de queimadas que vem sofrendo causados pelo desmatamento e as alterações ambientais que eles provocam.

Essas queimadas destroem a biodiversidade da região, que podem demorar até séculos para serem minimizadas. A mudança causada por elas torna a Amazônia muito distante da original, onde crescem vegetação rasteira e árvores menos nobres que não substituem as que foram cultivadas por séculos.

Segundo especialistas a Amazônia já está no seu limite de desmatamento, prestes a transformações irreversíveis em suas paisagens e que podem fazer com que a região se torne como um cerrado degradado e pobre de biodiversidade. Esse limite é adquirido quando 25% em média da floresta original é extinguida, sendo esse número calculado por áreas que não esteja mais em capacidade de recuperação.

A situação é tão grave que já surte efeito no clima, onde nos últimos anos a Amazônia vem sofrendo com a perda de metade de seu volume de chuva por ano e com um tempo maior de seca.