A falta de higiene e saneamento básico, além da poluição são a causa direta de dezenas de doenças que acometem pessoas no mundo todo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos 3,5 milhões de pessoas morrem por problemas relacionados ao fornecimento inadequado de água, à falta de redes de esgoto e políticas de higiene.
As carências e precariedades infraestruturais, que ainda são realidade em diversas regiões do país e do mundo, oferecem as condições necessárias para a proliferação destes males, que fazem parte do grupo de doenças ambientais. Entre as principais doenças que se enquadram neste grupo estão: esquistossomose, febre amarela, amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue, disenterias, malária, poliomielite, teníase e tricuríase, febre tifóide, hepatite, infecções na pele e nos olhos e leptospirose.
Além de seu peso nos índices de mortalidade, essas doenças têm efeitos diretos na qualidade de vida e no desenvolvimento dos países. Apesar disso, elas ainda não têm recebido a devida atenção das políticas públicas. Segundo relatório sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos elaborado pela ONU-Água, quase 10% destas doenças poderiam ser evitadas se houvesse mais investimentos em medidas estruturais de higiene, como saneamento básico e rede de esgoto. Vale ressaltar, ainda, que os investimentos necessários para a prevenção são menores do que os gastos que se tem anualmente com o tratamento e com as mortes provocadas por elas.
No Brasil, essas enfermidades que poderiam ser evitadas com medidas simples ainda lotam os hospitais. O problema é reflexo da falta de estruturas básicas de higiene, que apresenta dados alarmantes. Segundo levantamento do Ministério das Cidades, a distribuição de água no país não alcança 20% da população e o saneamento básico chega a apenas 46,2% dos brasileiros.
As doenças causadas por falta de higiene são normalmente transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados ou contato da pele com solo contaminado. Condições estruturais precárias, como a formação de esgotos a céu aberto, presença de água parada e resíduos sólidos também podem contribuir para o surgimento de insetos e parasitas transmissores destas doenças.