Uma equipe de biólogos marinhos formada por profissionais do Instituto de Oceanografia Scripps e do museu da Austrália Ocidental foi a autora de uma importante façanha nos últimos dias, registrada na revista online Registros da Biodiversidade Marinha.
Explorando o arquipélago de Recherche (composto por um grupo de mais de 100 ilhas), que fica a oeste do território australiano, os pesquisadores acabaram encontrando o pequeno Dragão Vermelho (Phyllopteryx dewysea), uma espécie marinha recém-descoberta e que poucas vezes foi observada antes da oportunidade.
A ocasião, inclusive, marcou o primeiro registro do Dragão Vermelho em gravações de vídeo, já que antes apenas sabia-se de sua existência, mas não havia prova alguma que pudesse comprovar o fato.
Para fazer as gravações, os biólogos contaram com a ajuda de um mini ROV, um pequeno veículo operado remotamente, que foi levado até a região para obter as primeiras imagens do Phyllopteryx dewysea ao vivo. No vídeo, uma das coisas que mais chamam atenção dos especialistas é o habitat do animal, que é muito diferente dos recifes de algas em que espécies parecidas estão acostumadas a viver.
De acordo com o professor Greg Rouse, um dos líderes da equipe, até pouco tempo atrás, apenas duas espécies de dragões marinhos eram conhecidas pelos pesquisadores, o dragão do mar frondoso (eques Phycodurus) e o dragão do mar comum (Phyllopteryx taeniolatus), ambas australianas.
O animal foi encontrado a uma profundidade de mais de 50 metros, um dos fatores que influenciou no tempo para sua descoberta, já que as outras espécies de dragões marinhos estão acostumadas com profundidades mais rasas (de 3 a 25 metros).
A filmagem destaca o fato do dragão vermelho ser o único, entre as espécies marinhas, a não contar com apêndices semelhantes a folhas, além da cauda preênsil (capaz de segurar presas e se proteger das correntes do mar). A intensa cor vermelha é também uma importante característica do pequeno animal, que aproveita-se da coloração para se camuflar na baixa luminosidade do local em vive.