No início deste mês, o ainda presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se manifestou contra Donald Trump a respeito dos planos do seu futuro sucessor em anular o Acordo de Paris. No artigo publicado na revista “Science”, no qual defende o documento assinado por mais de 190 países em dezembro, Obama fala do quão importante é o pacto climático para os interesses dos norte-americanos.
Dentre os pontos abordados ao longo da entrevista, o homem mais influente do planeta destacou a importância da redução de gases de efeito estufa para o crescimento econômico do país, afirmando que as reformas sugeridas e acordadas pelos países signatários podem “aumentar a eficiência, a produtividade e a inovação”.
Em um trecho específico, Obama afirma que “renunciar à possibilidade de exigir contas a países que representam dois terços das emissões mundiais – como China, Índia, México e a União Europeia – iria contra nossos interesses econômicos”, reforçando a importância de manter o acordo, que, além disso, limita o aquecimento global abaixo de 2°C.
Já Trump, que assume a presidência no dia 20 deste mês, desde a época de sua candidatura, sempre se manifestou contra as políticas climáticas, declarando que a ideia de aquecimento global é uma “farsa”, embora tenha diminuído o tom das críticas em seus últimos discursos.
Vale destacar, inclusive, que pessoas ligadas ao 45º presidente da história norte-americana têm comentado que Trump pretende anular ou sabotar, de alguma maneira, o Acordo de Paris – ainda que os termos assinados não possam ser, de fato, descumpridos.
Em outro momento, Obama enfatiza: “Se os Estados Unidos se retirarem do Acordo de Paris, perderão seu lugar na mesa para assegurar o respeito dos compromissos por parte de outros países, exigir transparência e impulsar objetivos ambiciosos.”
A expectativa agora é para o discurso de posse do republicano, que, certamente, fará menção ao tema.