De acordo com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, foram emitidos no Brasil 71,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) em 2012.
As emissões diretas de gases são as provenientes de fontes controladas dentro das empresas em todo o território brasileiro, como, por exemplo, a combustão em caldeiras, fornos, veículos, emissões do processo produtivo e emissões de sistemas de ar condicionado e refrigeração.
O levantamento traz também o volume de emissões indiretas de energia adquirida, provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica. Essas emissões ocorrem fisicamente no local onde a energia é produzida, mas são de responsabilidade indireta da organização que a consome. No ano passado, a emissão foi 4,8 milhões de toneladas. Em 2011, a mesma fonte havia somado 3,3 milhões de gás carbônico.
Segundo o estudo, o aumento na emissão ocorre em função de recentes decisões do planejamento energético nacional de aumentar a contribuição de fontes não renováveis de energia na matriz brasileira (como termoelétricas a gás natural e a carvão). Isso gera um aumento nas emissões de gases associadas ao consumo elétrico.
Isso coloca o Brasil como o oitavo maior emissor mundial de gases do efeito estufa, ranking montado pelo WRI (World Resourcers Institute) realizado em 25 países. Também por esse estudo, as maiores causas são o desmatamento e as queimadas florestais, responsáveis por 75% dos gases lançados na atmosfera, embora dados do Ministério do Meio Ambiente confirmem a menor taxa de desmatamento na Amazônia em 20 anos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o cerrado perdeu por ano, entre 2002 e 2008, aproximadamente 21.260 km² de vegetação original. A área total destruída é equivalente a 12 vezes a cidade de São Paulo. Já nos centros urbanos, as principais causas são os veículos automotores e as indústrias.
Outro gás que contribui com o efeito estufa é o CFC (clorofluorcarbono), proveniente de aerossóis. O Brasil também assinou um compromisso de reduzir sua emissão até 2015. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, já existe uma diminuição considerável de aproximadamente 7 mil toneladas de CFC liberadas na atmosfera de 1992 a 2008. Entretanto, outro estudo do órgão aponta para o aumento de 1.000 toneladas de HCFC (hidroclorofluorcarbono) emitidas.
Para amenizar a emissão desses gases e reduzir o impacto ambiental, o Brasil possui o PNMC (Plano Nacional de Mudança do Clima), apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente, que tem como principais objetivos manter a energia renovável na matriz elétrica, aumentar a participação de biocombustíveis no transporte nacional, diminuir a taxa de desmatamento ilegal, identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e estimular o desenvolvimento de pesquisas que visem estratégias de adaptação.
Os gases poluentes causam o aumento da camada de ozônio que, consequentemente, provoca o aquecimento global, além de outros fenômenos climáticos que desequilibram o ambiente, como a ocorrência de chuvas ácidas, mudança de incidência de chuvas, aumento e diminuição de temperaturas em meses fora do costume e a radiação solar mais forte.