O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) é a remuneração ofertada para quem preserva as florestas e outros recursos naturais em territórios particulares ou em áreas de protegidas pelo poder público. O conceito é que a natureza preservada presta serviços essenciais ao planeta: regulação de gases, proteção do solo e regulações hídricas, por exemplo.
Até pouco tempo atrás o cálculo do preço de uma floresta considerava apenas os produtos extraídos dela, sem compreender os benefícios oferecidos silenciosamente a todo o ecossistema da terra, como a limpeza do ar e a manutenção dos biomas. Conservar os recursos não era considerado lucrativo.
Há séculos o homem utiliza recursos naturais desenfreadamente, colocando alguns deles em estado crítico. Se o ritmo de poluição das águas continuar o mesmo, por exemplo, deverá faltar água potável para metade da população mundial até 2050. Com o PSA, pelo menos uma parte desse recurso poderá ser colocada a salvo.
Ao invés de desmatar para criar gado ou exercer alguma atividade agrícola, um fazendeiro poderá ser remunerado por manter e recuperar o ecossistema original de sua propriedade. No entanto, a preservação deverá ser mais rentável do que outras atividades.
A Revista Nature estimou que todos os serviços ambientais prestados pela natureza, se contabilizados monetariamente, equivaleriam a cerca de R$ 150 trilhões em 1997. Atualizado, o valor poderia dobrar.
Políticas públicas de desenvolvimento sustentável têm sido debatidas em todo o mundo, buscando soluções para o débito dos investimentos em preservação da natureza. Alguns defendem que a sociedade toda deve arcar com os ônus, já que todos serão beneficiados. No entanto, as atuais iniciativas são na maioria público-privadas, contando com o financiamento de empresas interessadas em sustentabilidade.
No Brasil, segundo o levantamento da organização Florest Trends, existem 205 iniciativas ligadas ao PSA. Um desses projetos é o Bolsa Floresta, dirigido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em parceria com o governo do Amazonas. O programa remunera populações que vivem próximas ou dentro de unidades de conservação pela manutenção da floresta tropical brasileira.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) sugere que o pagamento de US$ 10 por tonelada de carbono sequestrado pela Amazônia diminuiria o desmatamento da floresta em 70%. O crédito de carbono é o projeto de PSA – pagamento por serviços ambientais mais conhecido atualmente, pois tem impacto direto na diminuição do aquecimento global.