A água doce do planeta não é distribuída de maneira uniforme. Enquanto algumas regiões sofrem com a escassez, as outras aproveitam do recurso em abundância. O Brasil, por sua grande biodiversidade, conta com uma das maiores reservas hídricas do mundo.
É do país, também, um dos maiores aquíferos do mundo. De acordo com dados da Agência Nacional de Águas, o território brasileiro abriga mais de 20 aquíferos, sendo que o maior em extensão e em volume de água é o Aquífero Guarani, localizado em oito estados brasileiros, além de Uruguai, Paraguai e Argentina.
Grande reservatório de águas subterrâneas, os aquíferos vêm sendo cada vez mais estudados e explorados. Eles podem ser livre ou freático, confinado ou artesiano, porosos, fraturados, fissurados e cársticos.
A importância dos aquíferos do Brasil está relacionada ao desenvolvimento econômico e social do mundo. Isso por que a utilização desenfreada da água doce que circula pela superfície do planeta é cada vez maior, bem como a poluição por agrotóxicos e fertilizantes químicos usados na agricultura, por resíduos de processos industriais, esgotos domésticos e lixões. Nesse sentido, é a função das reservas hídricas abastecer o mundo.
Visto como uma alternativa viável, sustentável e confiável para suprir a demanda de abastecimento de algumas populações, essas reservas contam com água de boa qualidade e que, em muitos casos, dispensam tratamento. Só no Estado de São Paulo, aproximadamente 80% dos municípios utilizam água das reservas. Dentre sua utilização, também podemos destacar o uso para irrigação, indústria e lazer.
As reservas também são responsáveis por alimentar rios, lagos e oceanos, formando um ciclo hidrológico. As águas voltam à superfície, evaporam-se e precipitam em forma de chuvas que abastecem novamente os aquíferos, os quais permitem que os rios não transbordem.
Manutenção para preservação
Apesar de todos os benefícios, os aquíferos são recursos esgotáveis e a sua utilização desenfreada pode acarretar problemas.
Um exemplo de aquífero que já está no seu limite é o aquífero de Ogallala, no Arizona, EUA, que já perdeu o equivalente a 18 vezes o volume do rio Colorado por causa da irrigação de áreas extensas na agricultura.
Na Tailândia a situação é pior. O uso irracional afundou algumas áreas de Bangcoc, cerca de 14 centímetros por ano. Isso aconteceu porque as rochas do subsolo que servem de sustentação diminuem de tamanho quando estão secas e, logo, o solo cede.
Nesse sentido, no Brasil, biólogos, instituições e órgãos ambientais estão em alerta sobre as possibilidades de problemas futuros e já trabalham para a prevenção dessas reservas.