É de praxe a realização de testes químicos em animais com a finalidade de obter resultados referentes a um medicamento ou cosmético, por exemplo. Esses experimentos, de um modo geral, são realizados sem anestésicos, com ou sem a vivissecção – que é a dissecação de animais vivos. A prática gera discussões sobre ética entre acadêmicos, ativistas e comunidade científica. Diversos países do mundo já proibiram esse tipo de procedimento que afeta a biodiversidade. No Brasil, a Lei de nº 9.605/1998 admite apenas as experimentações que não tiverem recursos alternativos.
De acordo com o Projeto Esperança Animal (PEA), muitos testes em animais fracassaram, enquanto outros realizados por meios alternativos trouxeram resultados importantes, sobretudo na área da saúde, exemplos:
• Descobertas da relação entre colesterol e doenças cardíacas;
• Relação entre o hábito de fumar e o câncer;
• Relação entre hipertensão e ataques cardíacos;
• Descoberta das causas de traumatismos e os meios de prevenção;
• Elucidação das muitas formas de doenças respiratórias;
• Isolamento do vírus da AIDS;
• Descoberta dos mecanismos de transmissão da AIDS;
• Penicilina e seus efeitos terapêuticos em várias doenças;
• Descoberta do Raio-X;
• Desenvolvimento de drogas antidepressivas e antipsicóticas e vacinas, como febre amarela;
• Desenvolvimento do tratamento hormonal para o câncer de próstata;
• Interpretação do código genético e sua função na síntese de proteínas;
• Descoberta dos processos químicos e fisiológicos do olho;
• Entendimento da anatomia e fisiologia humana, dentre outros tantos testes.
O respeito a qualquer forma de vida, com base no conceito geral, é outro fator defendido por ONGs, entidades civis e ativistas. O caminho para isso seria substituir completamente a prática e priorizar a educação humanitária. Experiências In vitro, simulações computadorizadas e o uso responsável de animais estão entre as soluções.
A União Europeia e a Índia baniram, em janeiro deste ano, a importação e a comercialização de qualquer ingrediente ou produto de beleza que seja testada em animais. Aqui no Brasil, uma pesquisa realizada pela Humane Society International (HSI), conduzida pelo IBOPE, revela que aproximadamente 66% dos brasileiros é favorável à proibição nacional dos testes em animais para cosméticos e seus ingredientes.
Os testes mais comuns realizados são:
Irritação dermal: uso de substâncias em peles raspadas e feridas até provocar edema ou sangramento.
Teste LD 50: mede a toxicidade de substâncias. Elas são inseridas no organismo do animal por meio de uma sonda gástrica, provocando perfuração, dores fortes e convulsões, dentre outros sintomas.
Testes de Toxidade Alcoólica e Tabaco: os animais inalam fumaça e ingerem álcool antes de serem dissecados para estudo dos efeitos destas substâncias no organismo.
Testes comportamentais: os animais são submetidos a privações de diversos tipos, como água, comida, sono, etc. Além disso, dependendo do caso pode ser que os cientistas abram o cérebro das cobaias para colocar eletrodos durante os testes.
Testes armamentistas: eles são submetidos à radiação de armas químicas, explosões, colisões, inalação de fumaça e gases tóxicos, dentre outros.