Um estudo realizado pelo Instituto para Governança e Desenvolvimento Sustentável (IGSD), mostrou que o carbono negro é o segundo poluente de maior impacto para as mudanças climáticas, atrás somente do dióxido de carbono e à frente do metano. O estudo foi desenvolvido ao longo de quatro anos por mais de 30 cientistas e mostrou que o potencial poluidor do carbono negro é duas vezes pior do que se pensava.
O estudo mostrou que para diminuir o aquecimento global é necessário diminuir as emissões de carbono negro, originário da queima incompleta de combustíveis fósseis e de biomassa. O carbono negro também tem forte influência no rápido aquecimento das áreas de médias e altas latitudes do hemisfério norte, no Ártico e em outras regiões vulneráveis.
O carbono negro absorve a radiação solar e não permite que ela seja refletida pela superfície terrestre e saia da atmosfera, por isso gera o aumento da temperatura. Esse tipo de carbono pode “viajar” por longas distâncias pela atmosfera terrestre e se mistura a outros gases, como nitratos, sulfatos e cinzas. A mistura dá origem a colunas de nuvens marrons de três a cinco quilômetros de espessura que impedem a radiação solar de chegar à superfície terrestre. Isso prejudica o ciclo do hidrogênio e aquece a atmosfera.
Essa situação é agravada pelo fato de que o carbono negro se concentra principalmente nos trópicos, onde a radiação solar é maior. A decomposição do carbono negro também pode escurecer a neve e o gelo, aumentando a absorção do calor local e aumentando o derretimento das geleiras e dos pólos, principalmente do Círculo Polar Ártico e da Cordilheira do Himalaia.
As principais fontes de emissão do carbono negro na atmosfera são os países em desenvolvimento localizados nos trópicos e no leste asiático, especialmente grande parte do Brasil e do Peru, Índia, leste da China, Sudeste Asiático, México e América Central.