O ensaio técnico da Acadêmicos do Salgueiro terminou com polêmica e a morte cruel de muitos pombos no último domingo (24). Durante a passagem da escola na Sapucaí, integrantes soltaram 68 pombos na avenida, que desorientados, acabaram morrendo. A expectativa era que as aves voassem.
De acordo com informações do site Vista-se, a ONG SOS Aves e Cia foi até o local salvar algumas aves, mas das 68 encontradas, apenas 20 foram levadas com vida para recuperação. Muitas delas tinham ferimentos nas asas. Das 48 que morreram, muitas foram pisoteadas pelos membros das escolas.
Em entrevista à rádio CBN, Paulo Maia, presidente da ONG, disse que notificará a escola com base na lei 9.605, que qualifica o abandono de animais como sendo crime. O ativista explicou que pombos como os que foram usados pela escola são criados em cativeiro. Por isso, era preciso zelo na hora de realizar ações como essas.
“Infelizmente, o Salgueiro cometeu um crime ambiental em pleno sambódromo e na frente de todo mundo. Não se pode chegar numa avenida e liberar um pombo. Um animal para ser reintegrado ao ambiente tem todo um estudo. O sambódromo é um local totalmente poluído sonoramente. E o pombo desorientado vai pra onde?”, indagou.
E completou: “Os pombos caíram, foram pisoteados por muitos integrantes da escola e os que não morreram de fome, morreram pisoteados.”
No vídeo abaixo, postado por Yolle Bittencour, internauta que estava na arquibancada, mostra a soltura das aves durante o desfile:
Público se manifesta pelo Facebook
Na página da ONG no Facebook os seguidores lamentaram a atitude da escola de samba e parabenizaram a SOS Aves e Cia pela atitude. E na página da Acadêmicos do Salgueiro muitos seguidores postaram mensagens pedindo para escola não repetir o ato e se manifestar sobre o assunto.
A Acadêmicos do Salgueiro vai desfilar na segunda-feira de Carnaval (08/02) na Sapucaí e terá como tema a Ópera do Malandro.
Caso lembra ato cruel realizado com borboletas
A morte dos 48 pombos na Sapucaí nos faz lembrar a morte de borboletas em cerimônias de casamento. As pequenas aves são congeladas e viajam horas para serem usadas durante o evento. Pouco antes de soltar as borboletas, a pessoa encarregada do ato cruel sacode a caixa para acordar as borboletas, de forma que elas saem desorientadas e muitas acabam morrendo.