Atualmente, os dias apresentam condições climáticas cada vez mais instáveis, parece que primavera, verão, outono e inverno vêm e vão numa questão de horas. As irregularidades do tempo, em grande parte, se devem ao aumento de 40% da emissão de gás carbônico, de 1990 a 2008, e com base nestes fatos, um grupo de 345 cientistas brasileiros divulgou uma pesquisa prevendo que a temperatura no País avançará de 3°C a 6°C até 2100.
As informações integram a primeira parte do relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) e foram difundidas na 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais. Os dados apontam que, se o índice de emissão de CO2 seguir o ritmo atual, é possível que a temperatura suba pelo menos 1°C nos próximos 30 anos e que a Amazônia e a Caatinga tenham 40% de redução nas chuvas.
Utilizando como matéria-prima informações publicadas em revistas científicas desde 2007, o grupo, composto por pesquisadores de diversas áreas, se dividiu em três equipes para desenvolver o estudo, com a primeira fazendo análise de mudanças climáticas no Brasil; a segunda avaliando os impactos nas cidades, nos setores da economia e nos recursos naturais; e a terceira examinando formas de reduzir os níveis de poluição dos gases de efeito estufa.
Projeções sobre as alterações no comportamento da temperatura não são novidade, ocorrem há certo tempo, contudo, o documento feito pelos brasileiros apresenta credibilidade ao manter os padrões usados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas, que, diga-se de passagem, também divulgará seu relatório em setembro.
Porém, numa escala global, um estudo realizado por um instituto holandês indica que a temperatura aumentará cerca de 50°C em locais mais sensíveis como Austrália, África do Norte, América do Sul e Índia, que, por sinal, deve marcar 48°C a partir de 2050. Os dados ainda antecipam que os termômetros atingirão 40°C nos EUA. Entretanto, as expectativas da pesquisa são de que estes sejam picos, ou seja, climas extremos que ocorrerão em raros momentos.
Segundo o Instituto de Investigação sobre os Impactos do Clima, o desenfreado aquecimento global causará o derretimento das geleiras, o que, por consequência, subirá 2,3 metros do nível do mar a cada grau Celsius elevado, ou seja, criará danos às cidades próximas das águas marítimas. Portanto, só resta reduzir rápida e significativamente os índices de poluição lançada no planeta para que as ameaçadoras previsões não se confirmem.