Moradores do sul e do sudeste do Brasil já presenciam os efeitos do El Niño desde o fim do ano passado e agora sofrem com os altíssimos índices de chuvas nas regiões. Já no nordeste a tendência é que o fenômeno traga seca à região. Um estudo publicado na revista Nature Geoscience demonstra que a presença de nuvens pode fortalecer ainda mais a força dele.
O El Niño é um fenômeno periódico que acontece por conta do aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Em matéria veiculada pelo jornal The New York Times, o meteorologista Thorsten Mauritsen afirma que a análise de um conjunto de influências sobre o fenômeno pode ajudar os cientistas a compreenderem e evitarem catástrofes naturais e que as nuvens são um desses fatores que influenciam a variabilidade do El Niño numa escala entre um e dois.
O fenômeno El Niño que está em curso é o mais forte registrado desde o de 1997/1998, quando cerca de 23.000 pessoas morreram em decorrência dele. O estudo mostrou que, na decorrência do fenômeno, é comum a formação de nuvens chamadas cirrus. Essas nuvens se formam em uma camada muito alta da atmosfera e acabam por reter calor.
Nas áreas onde não existe o El Niño, as nuvens são mais baixas e conseguem esfriar o ar sobre os oceanos. As nuvens altas criam uma estufa de calor muito forte e acabam por precipitar em chuvas densas e focadas em determinadas regiões. Para piorar a situação, essas características contribuem para o aumento geral das temperaturas e 2016 pode ser o ano mais quente da história, batendo o recorde de 2015.