Uma pesquisa publicada pela revista científica Science revela que há uma relação entre as mudanças climáticas e o declínio das populações de abelhas e mamangabas no mundo todo.
Este é o primeiro estudo desse tipo e que afirma, por meio de resultados concretos, essa relação. Antes, acreditava-se que os problemas eram causados pela utilização de pesticidas, doenças e parasitas, mas, ao que parece, estes insetor não estão se adaptando bem aos efeitos do aquecimento global.
Em vez de migrarem para o norte em busca de temperaturas mais quentes, abelhas e mamangabas, tão importantes para a polinização de plantas, flores e frutos, estão morrendo.
Para explicar o fenômeno, o estudo revela que conforme o clima esquenta, as espécies de abelhas e mamangabas são esmagadas por uma espécie de “parafuso climático” que comprime as zonas geográficas onde o inseto consegue viver.
De modo a entender melhor a relação com o aquecimento global e descobrir o porquê de as espécies estarem desaparecendo, os pesquisadores analisaram quase meio milhão de registros em museus e cientistas voluntários. Ao todo, foram mais de 67 espécies de abelhas e mamangabas encontradas na América do Norte e na Europa desde o início dos anos 1900.
Os dados revelam, ainda, que o território abrangido pelas abelhas no sul da Europa e na América do Norte caiu cerca de 300 quilômetros.
Caso as emissões de efeito estufa não sejam reduzidas, a diminuição da polinização pode e deve fazer com que algumas plantas, frutos ou legumes se tornem mais escassos, mais caros e, até mesmo, desapareçam, segundo o estudo.
Para os pesquisadores, mais um alerta vermelho foi acionado, o que coloca a questão do aquecimento global em pauta mais uma vez. É preciso que governo, estudiosos e a sociedade em geral criem e invistam mais em soluções alternativas, de forma a mitigar os impactos causados pelas ações degradantes do ser humano.