De acordo com a Organização Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), no Brasil existem mais de 600 espécies de animais em extinção. Este risco inclui também os dois maiores ecossistemas brasileiros, como a Amazônia e a Mata Atlântica, que abrigam a maior biodiversidade de fauna e flora.
No Brasil, por exemplo, muitos projetos de proteção ambiental são realizados em parceria com instituições privadas a fim de proteger as espécies ameaçadas de extinção e ainda promover a proliferação de algumas espécies de animais. É o que ocorre na Associação Mata Ciliar, em Jundiaí. No local, além do cuidado específico com bichos que sofreram com a intervenção urbana em seu habitat, a Associação mantém um banco de embriões de felinos com o objetivo de realizar as fertilizações e reproduções assistidas e assim, proliferar mais espécies de gato maracajá, jaguatiricas, leões e onças pintadas.
Outra ideia vem do Projeto Albatroz, iniciativa conjunta com os pescadores do litoral brasileiro, que estabelece metas de segurança de pesca capazes de poupar a vida de milhares de albatrozes e aves que morrem ao tentar pegar as iscas de peixes. No litoral baiano, por exemplo, a atuação do Projeto Tamar, consiste na recuperação de espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção. O resultado desse trabalho é promissor: a ação conseguiu recuperar quatro das cinco espécies ameaçadas a desaparecer daquela região da costa litorânea.
Em relação às florestas nacionais, vários projetos de revitalização e reflorestamento estão atuantes a fim de reverter a situação crítica provocada pelo desmatamento no Brasil. Um deles é o que é realizado pela ONG SOS Mata Atlântica, que desde 1986 já plantou pelo Brasil cerca de 30 milhões de mudas de árvores nativas desse ecossistema.
Segundo pesquisa publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, no cenário internacional, três Convenções possuem o aporte legislativo para o tratamento diferenciado das espécies consideradas ameaçadas de extinção: a Convenção de Washington sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES); a Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América; e a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. Todas essas estratégias tentam minimizar o impacto da intervenção humana na forma de vida de diversos seres vivos. Portanto, os projetos, parcerias e políticas públicas internacionais são imprescindíveis de forma a exercitar também a ética do cuidado de preservação das espécies.
A questão dos animais ameaçados de extinção necessita do cuidado para preservá-las no meio ambiente. Segundo o teólogo e escritor Leonardo Boff, é necessário uma urgente correção de rumos, uma revisão de postura das ações humanas em relação à biodiversidade, à atmosfera, para que seja garantida a continuidade da vida. Em síntese, Boff alerta a sociedade para a preocupação em estudar metas de consumo da população que não interfira diretamente na vida dos demais seres vivos, como um grande desafio presente há séculos em todas as civilizações que necessita de empenho em prossegui-lo.