A partir de 2050 as planícies centrais e o sudoeste dos Estados Unidos enfrentarão o maior período de estiagem em mil anos. Algumas regiões, como a Califórnia, já enfrentam uma séria escassez de chuvas, mas a situação é branda se comparada com alguns períodos dos séculos XII e XIII.
O estudo de Ben Cook, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, aponta que esse grande período de seca, que pode chegar a 35 anos, é consequência das crescentes emissões de gases na atmosfera. As altas temperaturas intensificarão a evaporação dos solos, no entanto as precipitações serão baixas causando um resultado negativo.
Para chegar a essas conclusões, Cook comparou reconstruções das condições climáticas do passado feitas a partir da análise dos anéis de crescimento das árvores – os anéis são mais largos em anos mais úmidos. O estudo levou também em conta outros 17 modelos climáticos, além de índices diferentes usados para descrever a quantidade de umidade que se manteve nos solos.
O coautor do estudo, Toby Ault, afirma que ainda é possível desenvolver estratégias para lidar com o problema. “Os registros que temos de mega secas do passado são baseados em estimativas de anéis de crescimento. Se você pensar bem, isso é um pouco animador, porque significa que as secas não foram ruins a ponto de matar todas as árvores”.
Ele afirma ainda que a mega seca não significa total falta de água, mas menor disponibilidade dela. O alerta serve para que seja possível tomar providências na tentativa de retardar os efeitos da emissão dos gases estufa na atmosfera.
O estudo, divulgado na publicação científica Science Advances, foi discutido no encontro anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências, que aconteceu em San Jose, na Califórnia.