Parece difícil acreditar, mas essas flores congeladas na água não são seres vivos, mas plantas de verdade. Um fenômeno natural e raro, que ocorre em regiões que possuem temperaturas extremas. Esse efeito acontece quando pequenas quantidades de gelo que flutuam na água congelam as gotas ao seu redor, criando uma reação em cadeia.
O resultado, claro, não poderia ser mais surpreendente e lindo, uma floricultura magnífica feita de gelo, e que além de tudo, desliza sobre a água. À primeira vista, elas parecem cristais sem vida, mas representam o ecossistema em miniatura. Além de serem excepcionalmente salgadas, em até cinco vezes a salinidade do oceano.
O gelo é desenvolvido ao redor dos pequenos blocos em formatos imperfeitos, (algo parecido com espinhos congelados). Segundo pesquisadores, as flores congeladas abrigam seus próprios ecossistemas de modo temporário, favorecendo a vida e sua sobrevivência durante o tempo extremo.
As famosas flores congeladas cobrem o Oceano Ártico, onde alojam muitas bactérias e microrganismos mesmo em temperaturas abaixo de 0. Inclusive, cada flor contém cerca de um milhão de bactérias.
Pesquisa sobre este fenômeno
Pesquisadores investigam como a vida se manifesta em situações extremas. Jeff Bowman, aluno de pós-graduação da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e Jody Deming, seu orientador na instituição, estão estudando e trabalhando na construção de uma câmera especial para reproduzir os experimentos fora do continente gelado.
No entanto, mesmo as flores sendo abundantes no Ártico e na Antártica, chegar até elas não é tão simples. Afinal, o gelo abaixo delas é muito fino e caminhar por cima é quase impossível. Desse modo, a estratégia de amostragem é encontrar um local onde a água é mantida aberta por ventos ou correntes.
Essa espécie rara foi acusada durante anos de destruir a camada de ozônio antártica. Cientistas alertavam que apesar de sua beleza, as flores tinham um efeito perigoso para a atmosfera, isso baseado nos óxidos de bromo que elas contêm em seu interior. Porém, o aumento de gelo novo no Ártico sobre o qual crescem as flores de gelo, pode se transformar em um estímulo para outros estudos desse fenômeno.
Contudo, as flores são muito frágeis e tem pouco tempo de vida. Quando a espessura do gelo e sua temperatura aumentam, as estruturas desaparecem.