Milhares de mamíferos foram vítimas do intenso calor de 50° C registrado no estado de Queensland, na região nordeste da Austrália, na última semana. De acordo com a Sociedade de Proteção dos Animais (RSPCA, na sigla em inglês) do país, aproximadamente 100 mil desses animais voadores morreram ou entraram em estado de estresse, o que comprometeu a saúde dos bichos. Para especialistas da RSPCA, o fenômeno possui ligação com as altas temperaturas provenientes do aquecimento global.
Numa entrevista à rede ABC, Michael Beatty, porta-voz da Sociedade, explicou que as ondas de calor são uma catástrofe para todas as colônias de morcegos e, consequentemente, o fato resulta em impacto no ecossistema. Além disso, Beatty afirmou que as mudanças climáticas estão diretamente ligadas ao acontecimento.
Para Karly Bragança, gerente de monitoramento do clima no Bureau de Meteorologia, órgão pertencente ao governo australiano, o atraso da chegada das monções – episódio em que o ar úmido do oceano é levado ao continente – no Norte da Austrália, foi o principal motivo do calor escaldante. Quando as temperaturas atingem acima da marca de 43°C, esses animais caem mortos do céu, das árvores ou ficam estressados. Nesse estado, os morcegos urinam em si mesmos para reduzir a temperatura do corpo.
O fenômeno popularmente conhecido como ‘chuva de morcegos’ que atingiu a região de Queensland assustou os moradores, os quais, ao tentar resgatá-los ou removê-los, foram arranhados e mordidos. As autoridades de saúde local afirmaram que 16 pessoas já receberam tratamento antiviral depois de terem entrado em contato com os mamíferos aparentemente mortos. Outros animais como cangurus e papagaios sofrem da mesma forma com o calor.