Há oito anos o fotógrafo Octavio Campos Salles, morador de Campinas (SP), decidiu materializar seu sonho de mostrar a riqueza da biodiversidade de um bioma nacional ameaçado pelas mudanças climáticas e intervenção humana. Por isso, Octavio reuniu suas 161 fotografias variadas de animais, plantas e paisagens da Mata Atlântica publicadas no livro “Ka’á-eté: A Floresta Atlântica Intocada”, parte de um projeto de educação ambiental.
A obra, vinculada a iniciativa “Ka’á-eté” – “floresta verdadeira” em tupi –, criada em 2010 pelo fotógrafo, baseado na Lei de incentivo à cultura, revela a floresta preservada do Contínuo de Paranapiacaba, sua fauna e flora, assim como a história de sua ocupação. Além do livro, exposições e palestras para crianças e adolescentes do ensino público de cidades do interior de São Paulo, sobre a realidade do bioma, complementam o projeto.
Octavio dedicou cerca de 120 horas somente para garantir uma sequência de fotos do gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) no ninho com o filhote. As imagens de “Ka’á-eté” revelam características de árvores como jatobás, orquídeas de várias espécies, lagartos, riachos, cachoeiras, onças-pardas, jaguatiricas, serpentes, jacutingas, pica-paus, bugios e monos-carvoeiro.
A região registrada no livro faz parte da Serra do Mar e da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, criada pela Unesco em 1991 e reconhecida em 1999 como Patrimônio da Humanidade. Além disso, é uma área estratégica do país para inúmeros serviços ambientais, como a manutenção da umidade e do regime de chuvas e amplo estoque genético da biodiversidade.
O livro será lançado no próximo dia 28, na Livraria da Vila do shopping Galleria, em Campinas e também está disponível no portal do projeto. Para mais informações, acesse a página do Ka’á-eté.