O cupuaçu é um fruto originário da região Amazônica, principalmente no Estado do Pará. Parente do cacau, o cupuaçuzeiro é caracterizado por uma árvore frutífera com folhas grandes que alcançam de 10 a 15 metros de altura. Cada cupuaçu pode pesar até 1,5 kg, sendo que 30% desse total é polpa e, em média, contém 35 sementes, e pode medir entre 12 e 15 cm de comprimento, com cerca de 12 cm de diâmetro.
A árvore se desenvolve bem em regiões com temperaturas médias superiores a 22°C e com muita chuva. O solo ideal para o cultivo é o areno-argiloso, com boa retenção de água. Antes de se tornar popular na Amazônia, o cupuaçu foi introduzido no sul da Bahia em 1930. A espécie pertence à família Sterculiaceae e seu gênero é o Theobroma grandiflorum.
O cupuaçu estimula o sistema imunológico e ajuda o organismo a combater doenças, além de diminuir a pressão arterial e o colesterol LDL, aumentar a libido e trazer muitos benefícios para os cabelos e a pele.
Seu fruto possui propriedades antioxidante, estimulante, imunoestimulante, nutritivo, rejuvenescedor, tônico cardiovascular e digestivo. Por conta disso, é muito usado pela indústria cosmética e alimentícia.
Do fruto é possível fazer sorvete, suco, vitamina, doces, geleia e compota. Já na área da beleza, o cupuaçu é utilizado por inteiro, sendo que da polpa se produz o aroma para o uso em fragrâncias e da semente é extraída a manteiga de cupuaçu, utilizada na fabricação de cremes hidratantes e batons. Possui alto poder umectante, chegando a ser duas vezes mais hidratante do que a lanolina, ajuda na recuperação da umidade da pele. Adicionada a fórmulas naturais, a manteiga de cupuaçu também protege a pele contra os efeitos nocivos dos raios UVA e UVB.
Além disso, o uso do cupuaçu na dieta traz inúmeros benefícios para a saúde, pois possui níveis de ferro, fósforo e proteínas. Além de vitamina C, que evita gripes, infecções e pode contribuir no combate ao câncer, vitaminas do complexo B – B1, B2 e B5 –, tonificantes musculares, que ajudam na formação de hemácias e protegem o organismo contra anticorpos, e fibras, evitando o acúmulo de toxinas e o combate a prisão de ventre.
Cupulate
Do cupuaçuzeiro também é produzido o cupulate, chocolate feito com amêndoas de cupuaçu. Para olhos desatentos, é fácil confundi-lo com o chocolate tradicional. Entretanto, o produto tem algumas vantagens, como o preço de fabricação mais barato do que um à base de cacau. Ele é totalmente orgânico, dispensando a adição de aromatizantes e flavorizantes, não contém cafeína e teobromina, e não derrete tão facilmente quanto o chocolate.
O cupulate foi desenvolvido em 1990, pelo Laboratório de Agroindústria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Apesar disso, o produto é alvo de biopirataria.
Em 2000, a empresa japonesa Asahi Foods Co. Ltd. registrou o cupulate como sua propriedade no Japão e na Europa. Além disso, eles tentaram registrar o nome cupuaçu, mas a patente foi rejeitada pelo governo japonês em 2004, que acatou um pedido da Embrapa. Após esse episódio, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 11.675, de maio de 2008, que classifica o cupuaçu como fruta nacional.