De acordo com o mais recente estudo divulgado pelo IBGE, na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), existem 6.040 estações de tratamento de água (ETAs) no Brasil. Sendo Minas Gerais o estado com o maior número delas, 1.143, mais que o dobro do 2º e 3º colocados, Rio Grande do Sul (572) e São Paulo (568), respectivamente.
A ETA Guaraú, localizada na região da Cantareira, no estado de São Paulo, é uma das maiores estações do mundo. Ela é operada pela Sabesp e atende a capital levando, através de força gravitacional, por um túnel de 4,8 km, as águas do Reservatório de Águas Claras. A estação já recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, como “A Melhor das Américas”, em 1996.
Curioso para saber como funciona uma ETA? Vamos explicar os processos presentes em uma estação de tratamento de água.
Basicamente, o tratamento nestas estações passa por nove etapas para que seja possível levar água potável até a casa dos moradores:
1. Pré-cloração – A água recolhida pela estação recebe o cloro. Ele facilita a retirada de matéria orgânica e metais;
2. Pré-alcalinização – Nessa etapa, a água recebe cal ou soda. Isso é feito para ajustar o pH da água para os valores exigidos nas fases seguintes do tratamento da água. O índice ou fator de pH indica se um líquido está ácido, básico ou neutro, sendo o índice 7 o neutro, os abaixo de 7 ácidos e os acima básicos. Para consumo humano, recomenda-se um pH entre 6,0 e 9,5;
3. Coagulação – Sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante é adicionado à água através de uma violenta agitação. Assim, as partículas de sujeira ficam eletricamente desestabilizadas e mais fáceis de serem agregadas;
4. Floculação – Aqui, ocorre uma mistura lenta da água, a qual provoca uma formação de flocos com as partículas;
5. Decantação – Nessa fase a água percorre grandes tanques onde é possível separar os flocos de sujeira formados na floculação;
6. Filtração – É nessa etapa que a água atravessa pelos tanques de pedras, areia e carvão antracito. Esses materiais são fundamentais para segurar a sujeira que restou da fase anterior;
7. Pós-alcalinização – Após esses processos, uma nova dosagem no pH é feita para corrigir os níveis e evitar a corrosão ou incrustação das tubulações por onde a água irá passar;
8. Desinfecção – Novamente é adicionado cloro na água para garantir que ela chegue isenta de bactérias e vírus até a casa do consumidor;
9. Fluoretação – Essa é a etapa final e se tornou obrigatória nas estações de tratamento. A substância flúor é adicionada à água antes da saída da ETA para ajudar a prevenir cáries.