Com o objetivo de combater o desmatamento, o governo brasileiro criou mais uma reserva natural sob a proteção federal na região amazônica. A área, chamada de Alto Maués, tem 6.680 km² de floresta praticamente intocada, que, segundo o Ministério do Meio Ambiente, não abriga nenhuma tribo ou etnia indígena.
A região tem uma das maiores concentrações de primatas do mundo, além de abrigar mais de 600 espécies de aves, sendo considerada um santuário ecológico. Lá estão o macaco-aranha, o cuxiu-de-nariz-vermelho e o macaco-barrigudo, três das espécies listadas no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
“Isso é essencial para proteger a biodiversidade da Amazônia, como alguns tipos de primatas”, disse Mauro Armelin, ambientalista da ONG World Wildlife Fund (WWF).
Além do alto valor ecossistêmico, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a proposta de criação da unidade faz parte das metas do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) do Governo Federal.
Apesar de ser considerada uma vitória, a criação da nova unidade de conservação federal não garante a integridade da área. De acordo com o Greenpeace, desde 2013 o desmatamento na região amazônica aumentou em 30%, totalizando 5.891 km². O grupo de ativistas recentemente descobriu um grande esquema de extração de madeira no Pará, no qual madeireiras ilegais exportavam a commodity através do porto amazônico de Santarém para países como China, Japão e Estados Unidos.
Ao contrário de muitos países, no Brasil o desmatamento aparece como o principal responsável pela emissão de gases do efeito estufa. Assim, colocar grandes áreas de floresta tropical sob proteção federal é uma das ações-chave do governo para combater a prática.