Guaraná
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Se existe um fruto que pode ser considerado representativo do Brasil é o guaraná. Embora seja encontrado também na Venezuela, foi na Amazônia brasileira que ele se proliferou a ponto de transformar-se em uma referência cultural.

Descoberto pelos europeus já no século 17, o guaraná apresenta-se em cachos e chama a atenção por sua cor avermelhada. As qualidades terapêuticas do fruto começaram a ser observadas desde a chegada dos primeiros exploradores, que já notavam que a frutinha vermelha aumentava a energia e ainda ajudava a combater câimbras e febres.

Atualmente a ciência sabe que o guaraná tem em sua composição de em média 3% de cafeína, o dobro da encontrada no café, por exemplo. Daí viria os seus efeitos energéticos e revigorantes. Mas eles não são os únicos, já que o guaraná também oferece ação tônica cardiovascular, tem efeito diurético e ajuda no alívio de cólicas e enxaquecas.

A fruta caiu no gosto de brasileiros e estrangeiros e hoje é transformada em xarope, pó, além de estar presente em outras composições, principalmente na indústria de alimentos e bebidas. Também há cosméticos e alguns medicamentos que se utilizam dos princípios ativos da fruta.

Apesar da origem amazônica, atualmente a maior produtora de guaraná no Brasil é a cidade de Taperoá, na Bahia. Em território amazônico, o destaque produtivo fica com a cidade de Maués, no estado do Amazonas. Nesta área também encontram-se tribos indígenas que, desde tempos imemoriais, consideram o fruto sagrado a ponto de afirmarem serem filhos do guaraná.

Guaraná
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Esta atribuição de poderes mágicos ao fruto e o fato de ser tratado como uma verdadeira divindade pelos moradores mais antigos da Amazônia demonstram a sua importância na região, que vai além do sabor ou de qualquer efeito terapêutico cientificamente comprovado. Provavelmente essa relação tão respeitosa com o guaraná de alguma forma tenha levado a fruta a tornar-se parte da identidade brasileira mesmo para quem vive em grandes cidades, bem longe da floresta – e até para quem nunca esteve diante de um cacho de guaranás em seu vermelho vivo.