Com aproximadamente dois metros de envergadura nas asas, a harpia harpyja, mais conhecida como gavião real, é um animal que traz muitas curiosidades e que poucos conhecem, mas infelizmente está presente na lista das espécies ameaçadas de extinção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA).
Dona de um grande topete, ela é considerada a maior ave de rapina do mundo e pode ser encontrada na América do Norte e do Sul. Podendo atingir a altitude de 2.000 metros, o gavião real é uma ave solitária na maior parte do tempo, abrindo uma exceção na época do acasalamento. Outra característica está no tamanho da fêmea que é maior que o macho, tendo 90 cm de altura, ante o companheiro que chega a 57 cm.
O gavião real possui uma alimentação bem variada, que inclui desde as preguiças, moluscos, peixes, lagartos, cobras, pássaros e até mesmo pequenos macacos. O sucesso como caçadora é resultado de uma visão privilegiada, já que possui uma resolução oito vezes melhor do que o ser humano e ainda consegue girar a cabeça em 180°.
A espécie de bico afiado e penas cinza só foi descoberta em 1997, e hoje, no Brasil, há apenas exemplares do gavião real na região Amazônica, e, em alguns estados, em reservas de Mata Atlântica. Sendo que as principais causas da extinção do gavião real estão associadas ao desmatamento de grandes áreas florestais e à caça indiscriminada.
Para conter este avanço, no mesmo ano em que a espécie foi descoberta, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) criou o Programa de Conservação do Gavião-Real. O projeto conta com apoio de pesquisadores, voluntários, estudantes e bolsistas na coleta de dados, atividades de educação ambiental e divulgação de informações no entorno de ninhos. Ao todo são monitorados 60 ninhos de gavião-real nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e outros cinco ninhos no Pantanal e na Mata Atlântica.
Esta preocupação refere-se ao fato de que leva de dois a três anos até que nasça um filhote de gavião real. A fêmea geralmente bota dois ovos (entre os meses de setembro e novembro), dos quais é comum apenas um sobreviver.