Baratas, ratos, cupins, mosquitos, formigas e pombas, visitantes bastante indesejados, são conhecidos por causarem incômodo e, também, transmitirem doenças aos seres humanos. Quando surgem de forma excessiva nas cidades, recebem o nome de pragas urbanas – e, para muitos habitantes dos grandes centros urbanos, têm o potencial de causar uma série de danos materiais e de saúde.
Se pensarmos de forma mais sistêmica, porém, vamos perceber que as pragas urbanas, assim como qualquer outro tipo de praga, resultam de um desequilíbrio ambiental, com a ausência de predadores naturais e o aumento de condições favoráveis para a proliferação de determinados tipos de animais. E nós, seres humanos, somos muitas vezes os maiores responsáveis por este desequilíbrio.
Uma das formas de buscar a diminuição das pragas urbanas é o restabelecimento deste equilíbrio, a partir de práticas de controle biológico. Isto significa que, além de simplesmente matar os bichos que possam prejudicar a nossa própria sobrevivência, é necessário observá-los dentro de uma cadeia maior. Assim, é possível compreender as mudanças no ecossistema que levaram ao surgimento de determinada praga e, também, criar soluções para restabelecer o seu equilíbrio. Este controle biológico permite, ainda, que outras espécies não saiam prejudicadas, por exemplo, com a eliminação de animais que façam parte de suas cadeias alimentares.
É evidente que nem todas as pragas urbanas podem ser tratadas a partir de um controle biológico. Nesses casos, a melhor forma de minimizar o problema sem trazer consequências nocivas ao meio ambiente é utilizando métodos que não envolvam substâncias tóxicas, capazes de contaminar o solo, a água e o ar.
Uma das principais medidas para evitar este tipo de contaminação foi a proibição do uso da substância DDT (diclorofeniltricloroetano), em 2009. A fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e o uso de DDT foram expressamente proibidos, já que há várias comprovações de seus malefícios tanto do ponto de vista ambiental quanto na saúde pública. Atualmente, as empresas e organizações que lidam com o controle de pragas urbanas recorrem a outras alternativas, como substâncias naturais, em suas atividades. E, ainda que nem sempre possam fazer uso do controle biológico, evitam ações que sejam drasticamente danosas ao meio ambiente.