Falamos que floresta é qualquer vegetação que apresente grandes e altas árvores de diversas espécies, e culturalmente usamos como sinônimos os termos mata, bosque e selva. Entretanto existem diversas definições criadas para possibilitar a estimativa de área de florestas em todo o mundo.
No Brasil essas definições não conseguem abranger a complexidade e peculiaridade das florestas, por isso o Serviço Florestal Brasileiro, na elaboração dos relatórios nacionais e internacionais relativos aos recursos florestais, considera como floresta os tipos de vegetação que mais se aproximam das definições internacionais (como o Cerrado e a Caatinga) e utiliza outras categorias de vegetação do Sistema de Classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma dessas categorias é a Floresta Estacional Decidual.
Também conhecida como Floresta Estacional Caducidófila, ou Mata Seca, popularmente, esse tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem definidas: chuvosa seguida de longo período biologicamente seco. No período frio, mais de 50% da vegetação fica despida de folhas nas diversas regiões em que está localizada. Sua ocorrência tem mais destaque na região ao norte do Alto Uruguai e na borda sul do Planalto, fazendo limite com os campos da Campanha Gaúcha. No Brasil a incidência da Mata Seca é maior em partes de Minas Gerais e Bahia, e menor em Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
A Floresta Estacional Decidual é encontrada na zona de transição entre a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, e tem esse nome por conta da aparência que adquire durante o período de estiagem. No período de chuvas, essa vegetação recupera a folhagem e transforma-se numa floresta tropical extremamente rica em flora e fauna.
Por ocupar um espaço territorial pequeno, comparado à Mata Atlântica ou à Floresta Amazônica, a Mata Seca acaba sendo um ecossistema pouco conhecido, porém com exigência de atenção inversamente proporcional à sua fama. Suas principais ameaças de extinção se devem ao acelerado processo de exploração e desmatamento de sua vegetação, que cedem lugar à agricultura e pecuária, além dos incêndios ocorridos todos os anos.
Estima-se que a floresta necessite de pelo menos 100 anos para recuperar-se após a sua derrubada, considerando-se que não haja ocorrência de incêndios no local durante esse período.
A importância da preservação da floresta estacional decidual é devido às suas formações vegetais – com a presença de gramíneas, arbustos, plantas espinhosas e grandes árvores como ipê, aroeira, pau ferro e a barriguda – que servem de abrigo e alimento a diversos animais, muitos deles ameaçados de extinção: onças, antas, diversos anfíbios, jacús-estalo e micos-prego.