O governo indiano revelou que 25% do território nacional está em processo de desertificação, sendo que outros 32% estão degradados. Os dados fazem parte de um relatório divulgado em junho, encaminhado para a Organização das Nações Unidas, a fim de obter ajuda.
Estima-se que 105 milhões de hectares de terras estão degradados, e 82,18 milhões de hectares estão sendo afetados pela desertificação. Os Estados de Rajasthan, Gujarat, Punjab, Haryana, Karnataka e Andhra Pradesh estão entre os mais áridos e estão entre os Estados produtores de algodão e colza.
Os dados preocupam o Ministro do Meio Ambiente do país, Prakash Javadekar, que alerta para a probabilidade da terra se tornar estéril, restringindo a utilização produtiva. O país é o segundo mais populoso do mundo. Estima-se que a Índia abriga 17% da população mundial, o que leva ao uso excessivo de terras e pastagens.
Dentre as causas do problema estão o desmatamento, o uso insustentável do solo, as queimadas e as mudanças climáticas, que devem agravar mais ainda o problema, tornando mais difícil a sobrevivência em locais onde os recursos já estão escassos. De acordo com dados da Organização de Pesquisa Espacial da Índia, cerca de 68% das áreas do país são vulneráveis à seca.
Políticas públicas e ajuda externa
Para o ministro, é importante que as políticas públicas saiam do papel e se tornem reais para combater o problema da desertificação. Estudos apontam uma necessidade dobrada de água até 2030 na Índia, o que pode secar os rios.
Dentre as ideias, estão a promoção de melhores práticas agrícolas, subsídios para pequenos produtores, popularização da energia elétrica (que ainda não chega a muitas comunidades) e ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
No entanto, apesar dos esforços do governo da Índia, é preciso apoio da ONU para facilitar acordos internacionais que busquem a transferência de tecnologias, como sementes resistentes a secas e irrigação, e o financiamento de projetos que melhorem a condição de vida dos indianos.