Em muitas regiões do Brasil não existe tratamento de esgoto adequado, prejudicando o solo e a saúde de inúmeras famílias. Mas existe uma técnica simples e eficaz que tem sido implantada em alguns municípios, as chamadas lagoas de estabilização, que funcionam como estações de tratamento de esgoto doméstico, onde a estabilização do material orgânico é realizada pela oxidação.
Com o auxílio de processos químicos ou biológicos, a matéria orgânica é retida e a água é liberada para ser reutilizada. Os principais objetivos das lagoas são a preservação do meio ambiente e a proteção da saúde, evitando a proliferação de doenças.
Assim como todos os processos, as lagoas possuem vantagens e desvantagens. Como vantagens encontra-se a facilidade na instalação, custo reduzido, manutenção e operação simples e resultado satisfatório. Por outro lado há uma grande dificuldade em encontrar grandes áreas para sua construção.
Existem diversos tipos de lagoas de estabilização, as anaeróbias, onde o material orgânico é decomposto abaixo da superfície, sem contato com o ar; as aeradas que, por sua vez, necessitam de um dispositivo eletromecânico para ajudar a manter uma concentração de oxigênio na parte líquida da massa, fazendo com que reações biológicas separem o material orgânico da água; as facultativas, em que o depósito de lodo no fundo facilita a decomposição anaeróbia, mas também ocorre a redução fotossintética e a oxidação aeróbia; por fim, as de maturação, que auxiliam na remoção de micro-organismos causadores de doenças com a ajuda dos raios ultravioletas emitidos pelo Sol.
Após receberem o tratamento em um dos tipos de lagoas, ocorre o reaproveitamento da água, com condições sanitárias satisfatórias. A água proveniente do esgoto é usada para diversas atividades, dentre elas a mais comum é a irrigação. O reuso da água ajuda a evitar a poluição ambiental e ainda auxilia no cultivo, através do aproveitamento dos nutrientes presentes nos efluentes.
Mas não são todos os tipos de esgotos que podem ser aproveitados para a irrigação. O material líquido retirado das lagoas de estabilização é indicado, porém deve ser utilizado com cautela. A água ainda pode ser reaproveitada para a irrigação de parques, campos, jardins públicos, alimentação de caldeiras, recarga de aquíferos, brigadas de combate ao fogo, lavagem de ruas, sistemas de ar condicionado, dentre muitos outros.
O que deve ser sempre priorizado é o reaproveitamento. Esta prática evita que milhares de litros de água sejam utilizados de forma incorreta e desperdiçados diariamente. Preservar este recurso natural que tende a ficar cada vez mais escasso é um dever de todos.